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Uso de Inteligência Artificial tem sido imperativo para combater ataques cibernéticos durante pandemia

31/08/2020

A coleta, o monitoramento e a análise credíveis de dados são imperativos à medida que se adota novas tecnologias, como inteligência artificial, para ajudar a combate fraudes virtuais e crimes cibernéticos durante a crise da covid-19. Essa é a visão de Myla Pilão, Director for Technical Marketing da Trend Micro, empresa referência global em cibersegurança. A especialista afirma que por meio de um grande conjunto de dados, algoritmos podem ser definidos para aprender e gerar novas descobertas relacionadas às ameaças no ambiente cibernético.

"Até certo ponto, vimos como a Inteligência Artificial e o aprendizado de máquina têm sido usados para coletar informações e ser capaz de digerir esses dados de maneira que se relaciona no combate a fraudes digitais para a população durante a pandemia", afirma Myla.

A executiva avalia, porém que certos desafios enfrentados limitam as organizações a adotar completamente essas tecnologias, além da necessidade agravada de fornecer as informações com senso de urgência. Dentre alguns exemplos estão a capacidade de acesso aos dados em razão da privacidade, e também a contaminação das informações pela forma como essas são processadas ou armazenadas.

A especialista, que também é responsável por liderar a divisão de monitoramento de ameaças de segurança na Trend Micro, avaliou que muitas ocorrências relacionadas a fraudes de e-mails corporativos, além de incidências em transações financeiras e em comércios eletrônicos foram detectadas desde o início da crise da covid-19. "Em grande parte, 95% dos ataques relacionados à pandemia estão usando predominantemente mensagens de spam e técnicas de phishing como porta de entrada", afirma.

Pela ótica das fraudes relacionadas às compras em lojas virtuais, Myla ressalta que naturalmente há maior incidência uma vez que o volume de pedidos no comércio eletrônico cresce em razão do distanciamento social imposto para conter o surto do novo coronavírus. "Esse cenário deu origem à oportunidade de usar sites fraudulentos para interceptar algumas dessas transações", aponta. A especialista diz que o Brasil figurou na lista dos 30 maiores países que a Trend Micro detectou como alvo de endereços de páginas na internet (URLs) com tráfego malicioso desde o início da crise.

Além disso, a executiva da Trend Micro destacou ainda que a crise gerou outras oportunidades para falsários lucrarem em ambientes cibernéticos. Myla mencionou uma recente pesquisa feita pela companhia que detalhou as condições do mercado conhecido como underground. "O que é notável é que o leque de negociações nesse mercado permanece inalterado nos últimos anos. No entanto, o comércio de exploração de terminais de vendas por cartão (POS na sigla em inglês) e informações de cartão de crédito roubadas permanecem parte das quatro principais ofertas mais populares no mercado underground de ciberataques", afirma.

Myla Pilão ressaltou também que os criminosos obtiveram lucro ilegal às custas dos consumidores e das organizações durante a crise da covid-19. Dentre alguns mecanismos detectados estão o roubo de credenciais em plataformas de streaming de vídeo e de jogos, o uso de extorsão digital por meio de técnicas de ransomware, e também fraudes relacionadas à pedidos de doações para a pandemia e em auxílios financeiros emergenciais pagos por autoridades de governo para a população. "Isso é exclusivo para a crise atual. Ou seja, não vimos isso ser usado no passado", destaca a especialista.

A diretora da Trend Micro afirmou que de modo a ajudar combates cenário de fraudes e crimes cibernéticos durante a crise atual, instituições públicas e privadas devem agir em conjunto. "Uma parte crítica de qualquer estratégia de cibersegurança é ajudar a direcionar a confiança dos setores públicos e privados, além dos consumidores, na proteção de seus direitos e dados digitais por meio de uma abordagem equilibrada de segurança cibernética", conclui.