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Tendências políticas e econômicas para o Brasil em 2020 estão no radas da ABES

10/12/2019

Uma das atrações do evento de confraternização da ABES de 2019, realizado no Attimo Restaurante, em São Paulo, no dia 09 de dezembro, foi a realização de um talk show com a participação do economista José Roberto Mendonça de Barros e do cientista político Ricardo Sennes, que avaliaram as perspectivas dos cenários político e econômico brasileiros em 2020. O debate contou com a moderação da experiente jornalista Silvia Bassi.


Ricardo Sennes, Silvia Bassi e José Roberto Mendonça de Barros

Na avaliação de Mendonça de Barros, que prevê um crescimento baixo do Brasil em 2020, algumas mudanças precisam acontecer simultaneamente para que o país engrene em um caminho de desenvolvimento sustentável e contínuo de 2021 em diante. Um dos pontos fundamentais é o equilíbrio das contas públicas brasileiras, pois a atual situação afetou os governos em todas as instâncias (municípios, estados e governo federal), comprometendo severamente a capacidade de investimento público. Em sua análise, o economista disse que um primeiro e importante passo foi dado com a Reforma da Previdência, mas é necessário reduzir as folhas de salários da máquina administrativa, que tem absorvido a maior parte da arrecadação tributária. Um segundo aspecto é a recuperação da capacidade de investimento, que atualmente gira em torno de 16% do PIB, com recursos a serem direcionados, especialmente, para o setor de infraestrutura e construção civil, além de áreas como saneamento e transporte.


José Roberto Mendonça de Barros

Ricardo Sennes destacou a questão da governabilidade da atual gestão presidencial, que precisaria ter condições de criar maiorias políticas estáveis para tocar um projeto de desenvolvimento. “Bolsonaro é um político que sempre atuou de forma isolada, não tem um perfil de mediador e vai, agora, para o seu oitavo partido político”, observou. Ele explicou ainda que a renovação política no Congresso Nacional não foi tão significativa quanto se apontou logo após as eleições majoritárias de 2018, sendo que Câmara dos Deputados e Senado Federal estão muito fragmentados, pela quantidade de partidos políticos, dificultando ainda mais a formação de maiorias no lado parlamentar. Neste contexto, a atuação do deputado federal Rodrigo Maia manterá sua relevância na definição da agenda e condução das votações. Por ser 2020 um ano de eleições regionais e frente à necessidade de Bolsonaro estruturar seu novo partido, o Aliança para o Brasil, Sennes vê a possibilidade de o presidente não priorizar temas ligados às reformas econômicas e, sim, à pauta conservadora, com assuntos relacionados aos costumes e valores, a fim de atender as reivindicações de parte dos seus apoiadores.     


Ricardo Sennes