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Tecnologia para melhorar a gestão pública, a qualidade de vida e combater desigualdades

10/08/2020



No dia 05 de agosto, a ABES promoveu o webinar NOVOS TEMPOS: A VIDA NAS CIDADES, que reuniu pesquisadores e engenheiros de grandes empresas do Brasil para debater sobre urbanização e como a tecnologia pode ajudar a solucionar questões de meio ambiente, mobilidade e sociedade.

O evento contou com o apoio do Movimento Brasil, País Digital, da Bertha Capital, BR Angels, Bossa Nova Investimentos, Kyvo Innovation e Startup Farm, parceiras do ABES Startup Internshinp Program. A moderação do debate foi conduzida por Roxane Ré, apresentadora e editora do Jornal da USP no Ar.

“Nós temos como propósito ajudar na construção de um Brasil mais digital e menos desigual. É o tema do webinar de hoje, a vida nas cidades, é extremamente importante dentro desse propósito. A ABES é uma entidade que tem 33 anos de existência, sendo que 70% dos associados são pequenas e médias empresas”, destacou Rodolfo Fücher, presidente da ABES, ao agradecer aos painelistas e aos demais participantes. Ele falou ainda da parceria firmada com o projeto Meu Futuro Digital, para ajudar na qualificação de profissionais para o mercado de TI.

Melhorar a gestão pública

Marcos Buckeridge, diretor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo e coordenador do Programa USP Cidades Globais no Instituto de Estudos Avançados (IEA/USP), disse que “podemos governar melhor as cidades se tivermos dados, que poderão ser usados pelos cientistas e para nortear os políticos e os gestores”. Ele falou sobre um recente artigo publicado, no qual abordou a cidade como um sistema, formado por subsistemas secundários e terciários em redes complexas. A vida na cidade pode ser configurada como um triângulo, sendo que em um dos vértices está a população e suas aspirações; no outro, está a ciência, produzindo conhecimento, dados e soluções; e no terceiro estão os responsáveis pela gestão pública. “O grande problema que nós temos nas cidades é o da gestão, que precisa melhorar”, avaliou, o que demanda mais integração entre os ocupantes de cada vértice.

Múltiplas faces da cidade

Marcelo Nery - Pesquisador Colaborador do Instituto de Estudos Avançados - programa USP Cidades Globais e Coordenador de Transferência de Tecnologia do Núcleo de Estudos da Violência da USP, falou da importância de entender que existem várias cidades dentro das grandes metrópoles. “Não dá para afirmar, por exemplo, que São Paulo é uma cidade violenta, porque tem regiões mais violentas e outras menos. Tem áreas pensando em 5G e temos também zonas rurais e tribos indígenas”, comentou. Ele lembrou ainda que existem equívocos quando se utiliza novas tecnologias associadas com práticas antigas ou sem transparência para entender como funcionam os algoritmos e a geração de dados.

Mais inteligência

Em seguida, foi a vez de Fabiano Sabatini, Engenheiro Técnico de Contas da Intel Brasil. Ele explicou que a empresa tem dois movimentos principais, sendo que um deles o de incluir inteligência e eficiência aos produtos, fornecer dados mais acurados e plataformas multimodais. “Quando se fala em cidade inteligente, eu acredito que ela precisa ser centrada nas pessoas. A tecnologia em si, apesar de essencial, precisa ser invisível e resolver os problemas”, pontuou. Outro ponto importante é a geração de dados com qualidade, com medições acuradas. Ele falou que o Brasil tem boas empresas desenvolvendo soluções analíticas e que contam com o poder computacional da Intel para o processamento das informações.

Bem-estar e qualidade de vida

Fabio Jardim, Gerente de Tecnologia, responsável pelo time de desenvolvimento de hardware e software para soluções de Internet das Coisas (IoT) da Logicalis, explicou que a empresa é global e 100% brasileira, que foi crescendo e criando unidades de negócio pertinentes às mudanças que o mundo vem sofrendo. Ele comentou que como integradora de tecnologias, a Logicalis enxerga as demandas latentes em áreas como prédios inteligentes, aquecimento global, compartilhamento de recursos com mais eficiência, e identifica as que possam atender as demandas, que estejam centradas no bem-estar do ser humano e em melhorar a qualidade de vida nas cidades.

Mudanças climáticas

Tatiana Tucunduva, pesquisadora no Programa Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados da USP e professora da UNINOVE do Mestrado Acadêmico em Cidades Inteligentes e Sustentáveis, abordou a questão das mudanças climáticas e a importância de formular políticas que poderão ajudar a melhorar a vida nas cidades. Em sua avaliação, as tecnologias estão à disposição, mas ainda é preciso aprender a utilizá-las para lidar melhor com eventos climáticos extremos ou uma pandemia, como estão ocorrendo hoje, que trazem muitas perdas materiais e de vidas, derrubando sistemas essenciais, seja de energia, transporte ou comunicação. Um ponto importante a ser resolvido é que os alertas chegam à população, mas as pessoas não sabem como agir, porque não existem protocolos de ação estabelecidos pelas autoridades.

Violência contra a mulher

O painel contou ainda com a participação de Debora Sotto, Pesquisadora do Programa Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados da USP, que apresentou algumas reflexões sobre a situação de desigualdade das mulheres, seja no contexto do isolamento social gerado pela Covid-19, também no período pré-pandemia, sob a luz dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Ela destacou a importância de oferecer às mulheres serviços públicos, infraestrutura e políticas de proteção social. “No contexto específico da pandemia, a gente observou um agravamento das desigualdades na divisão dos trabalhos domésticos, o aumento da vulnerabilidade das trabalhadoras domésticas, que perderam sua fonte de renda, e um significativo aumento da violência nos lares”, alertou.

Assista ao webinar na íntegra neste link.