02/09/2014
Artur Polizel, Camilo Rodegheri, Silvia Takey e Marcelo Pesse
Empreendedores destacam a importância do apoio da incubadora do Cietec
Incubada de junho de 2013 no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), a startup DEV Tecnologia, liderada pelos ex-alunos da Poli-USP, Artur Polizel, Camilo Rodegheri, Silvia Takey e Marcelo Pesse, já comemora sua efetiva entrada no mercado oferecendo soluções completas de Internet das Coisas e produtos tecnológicos, que incluem até uma tecnologia capaz de capturar insights que as pessoas não conseguem expressar conscientemente, mas que são determinantes para suas decisões e ações. Confira a trajetória dessa startup nesta entrevista exclusiva dos empreendedores ao Portal ABES.
Por que decidiram lançar uma startup?
Fundamentalmente porque acreditamos na competência técnica e gerencial da equipe em desenvolver novas soluções tecnológicas no estado da arte no Brasil e no mundo e, assim, aumentar a competitividade da indústria nacional.
Desde quando são incubados no Cietec? Como esta parceria com o Cietec fez diferença na evolução da empresa?
Estamos incubados desde junho de 2013. A parceria fez muita diferença na evolução da empresa. Além de fornecer a infraestrutura física para a operação da empresa, o Cietec ofereceu consultorias nas áreas de financiamento para inovação, marketing, comunicação e contabilidade, que foram essenciais para a melhoria da gestão da empresa e obtenção de recursos para desenvolvimento de novos projetos. Além disso, o networking com as demais empresas já rendeu projetos em parceria e também novos clientes para a DEV Tecnologia. O fato de estar incubada no Cietec e a proximidade com a USP favorecem o desenvolvimento de projetos de P&D dentro de programas de incentivo à inovação, como, por exemplo, a Lei da Informática.
Como nasceu a ideia de desenvolver a startup? Há quanto tempo estão no desenvolvimento deste produto/serviço?
Nosso primeiro projeto juntos foi realizado em 2008, ainda na faculdade, quando fazíamos parte da Poli Júnior. Desenvolvemos hardwares e softwares para pesquisa científica do Instituto de Psicologia da USP, alcançando grande sucesso. A partir desse projeto e da experiência em eletrônica e desenvolvimento de software, descobriu-se um nicho de mercado não atendido: o de equipamentos customizados para pesquisa científica. Com isso, houve o funding inicial necessário para abertura da empresa, com a missão de desenvolver alta tecnologia para impulsionar empresas, pesquisadores e governo a promover inovação tecnológica.
Quais produtos e/ou serviços que a DEV Tecnologia oferece?
Possuímos três áreas de atuação: soluções completas de Internet of Things (IoT); desenvolvimento de produtos tecnológicos, desde a análise de requisitos até a produção, e projetos sob medida de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&DI), incluindo os regulamentados pela ANEEL, Lei da Informática e Lei do Bem. Nós já desenvolvemos dois produtos: o DEV Energy Meter e o DEV Eye-Tracker.
O DEV Energy Meter é um multimedidor eletrônico com extensivas capacidades para medição de grandezas elétricas. Projetado para ser usado nas mais diversas aplicações relacionadas ao monitoramento e controle de sistemas consumidores de energia elétrica, permitindo acompanhamento da utilização de energia em instalações elétricas, rateio do custo de energia, além da qualidade e eficiência energética. Com excelente relação custo- benefício e uma construção compacta, é instalado diretamente no painel de disjuntores. Possui tecnologia exclusiva, que permite medições simultâneas de 4/8/16 canais monofásicos, medindo a caixa de disjuntores inteira com apenas um equipamento. Monitora grandezas elétricas de tensão, corrente, potência ativa, frequência, picos e quedas de tensão. Realiza transmissão sem fio das medidas para uma estação base, que envia os dados para um sistema em nuvem, permitindo o monitoramento via Internet.
O DEV Eye-Tracker é uma tecnologia que revoluciona a compreensão que temos sobre o comportamento humano. Por meio do preciso rastreamento da direção do olhar é possível capturar insights que as pessoas não conseguem expressar conscientemente, mas que são determinantes para suas decisões e ações. Estes insights abrem novas fronteiras para pesquisas científicas em neurociências, estudo do comportamento de consumidores de produtos e de mídia, avaliação e treinamento de atletas de alta performance.
Na avaliação de vocês, qual o público-alvo do seu produto/serviço?
O público-alvo são empresas ou organizações que possuem profundo conhecimento do mercado e do setor em que atuam e que necessitam de um parceiro com a expertise necessário para desenvolver de forma ágil um novo produto ou solução tecnológica que envolva eletrônica, comunicação sem fio e/ou softwares de alta complexidade. Este é o caso, por exemplo, de empresas que desejam investir em soluções de Internet of Things, ou seja, conectar dispositivos físicos (lâmpadas, equipamentos, veículos etc.) e permitir seu monitoramento e controle via internet.
Quais os principais diferenciais de inovação?
Os principais diferenciais da equipe são a competência técnica, metodologia própria de desenvolvimento de novos produtos tecnológicos, proximidade com o estado da arte das tecnologias em que atuamos e parcerias tecnológicas com elementos complementares dentro do nosso ecossistema de negócios (fabricantes de semicondutores, provedores de software, design mecânico de produtos, representantes comerciais, entre outros).
Quais os principais aprendizados neste período de incubação?
Os principais aprendizados foram a necessidade de construir uma rede de relacionamentos ampla e qualificada com pessoas chave do mercado, tanto para garantir uma carteira de clientes como para minimizar riscos e custos. Networking é tudo. Além disso, aprendemos várias questões fundamentais para gerenciamento da empresa, como citado anteriormente.
Quem são os empreendedores, a formação e a experiência profissional?
Camilo Rodegheri, responsável pela direção geral, estratégia e desenvolvimento de novos negócios da empresa, é engenheiro de computação pela Poli-USP e doutorando em Neurociências pela USP. Passou pela IT University of Copenhagen e pelo MIT Media Lab. Desenvolve circuitos eletrônicos desde os 9 anos. Abriu sua primeira empresa aos 14 e foi finalista mundial de competição de resolução de casos de negócios em 2012 na Tailândia. Atuou em desenvolvimento de software para o mercado financeiro e foi diretor financeiro e conselheiro administrativo da Poli Júnior, empresa júnior da Escola Poli-USP.
Marcelo Pesse, especialista em hardware digital e software embarcado, é tem formação técnica em mecatrônica e é graduando em Engenharia de Sistemas Eletrônicos pela Poli-USP, onde realizou pesquisa e desenvolvimento de dispositivo alternativo ao Segway e de rede de sensores sem fio aplicada à agricultura de precisão. Projeta e constrói circuitos eletrônicos desde os 13 anos. Foi gerente de projetos na Poli Júnior.
Artur Polizel, especialista em especificação, arquitetura e metodologias ágeis de desenvolvimento de software da empresa, é engenheiro de computação pela Poli-USP, onde desenvolveu uma rede de sensores sem fio aplicada à fisioterapia em seu trabalho de formatura. Programa desde os 11 anos, já desenvolveu softwares para o mercado financeiro na GDX Investimentos e softwares de gestão na ZBRA Soluções. Foi também gerente de infraestrutura e coordenador do Núcleo de Sistemas de Informação na Poli Júnior.
Sílvia Takey, responsável pela administração da empresa e gestão dos projetos da empresa. Graduada e mestranda em Engenharia de Produção pela Poli-USP, onde recebeu prêmio de melhor aluna dos últimos três anos da graduação em seu ano. É Certified Associate in Project Management pelo Project Management Institute e atuou por quatro anos em gestão de projetos no Grupo Promon, onde foi duas vezes premiada por projetos de inovação implantados. Foi gerente e diretora de projetos na Poli Júnior.
Quais são os próximos passos da sua startup?
Os próximos passos são ampliar a carteira de clientes de grande porte nos serviços de desenvolvimento de novos produtos e comercializar os produtos que já desenvolvemos em projetos anteriores.
Legenda foto: Artur Polizel, Camilo Rodegheri, Silvia Takey e Marcelo Pesse