10/10/2013
O setor brasileiro de Economia da Informação chegará ao final de 2013 com cerca de 147 mil empresas e uma receita bruta de aproximadamente R$ 490 bilhões. As estimativas fazem parte do Estudo “Economia da Informação e Internet”, nova publicação que integra a série Cadernos Temáticos do Observatório, unidade de estudos e pesquisas da Softex. A inciativa contou para a sua realização com o apoio da Financiadora de Estudos e Projeto (Finep) e do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
O documento, que fez uso de dados obtidos de fontes oficiais e contou com a cooperação técnica do IBGE, analisa o processo de convergência digital entre os setores da Economia da Informação, telecomunicações, tecnologia da informação e conteúdo e mídia, bem como os impactos causados, trazendo dados sobre a sua magnitude, composição, evolução e desempenho no Brasil.
Em 2010, a Economia da Informação representava 2% do total da força de trabalho do país, contando com 1,4 milhão de pessoas, entre empregados, autônomos e empregadores. Cerca de 80% desse total encontrava-se no mercado formal, possuindo registro trabalhista e/ou previdenciário. Comparativamente ao total de pessoas com carteira registrada no país, os profissionais ocupados na Economia da Informação possuem idade média mais baixa e são, principalmente, os mais jovens que estão postergando a contribuição previdenciária. Também em 2010, 7,6% do total da força de trabalho brasileira, ou seja, 6,3 milhões de pessoas, era composto por especialistas em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e usuários de TIC. A maioria, 4,2 milhões, era de usuários básicos de TIC.
De acordo com Virgínia Duarte, gerente do Observatório Softex, “em comparação com o total apresentado pelo Brasil, foi registrada uma participação maior de trabalhadores com nível de escolaridade superior completo e com rendimento médio superior”.
Perfil
O trabalho aponta que do conjunto de especialistas em TIC, formado por 1,2 milhão de pessoas, 6,8% (80,8 mil) exerciam ocupação de nível gerencial, 34,3% (410,8 mil) tinham perfil de competências de nível superior e os quase 60% restantes (704,5 mil) possuíam perfil técnico de nível médio.
Os serviços relacionados às TICs respondem por parte significativa do Valor Adicionado Bruto (VAB) do setor brasileiro da Economia da Informação, com 71,9% do total. Desse percentual, 37,1% são relativos aos serviços de telecomunicações e os 34,8% restantes relacionados a software e serviços de TI.
Mercados de nicho e no atendimento a clientes de pequeno e médio porte
Foi detectada ainda uma elevada sensibilidade do setor à dinâmica da economia brasileira, crescendo e retraindo conforme os momentos de expansão e de retração da economia como um todo. No mercado de software e serviços de TI, o estudo aponta que as oportunidades para empresas de capital nacional encontram-se em mercados de nicho e no atendimento a clientes de pequeno e médio porte, um universo expressivo, em franco crescimento, mas ainda pouco explorado pelas grandes fornecedoras de tecnologia por questões de escala.
O perfil dos clientes e as suas restrições de recursos para investimentos em TI, bem como para acesso à infraestrutura e equipamentos, tendem a limitar a possibilidade de oferta de soluções com alto conteúdo tecnológico.
Em termos de diretrizes futuras para o setor, o trabalho indica que planos de ação poderiam ser direcionados para pequenas e médias empresas (PMEs) de software e serviços de TI, buscando o fortalecimento dos seus negócios. Para tal, são necessários recursos para o mapeamento do mercado, a identificação e a aquisição de empresas complementares, a expansão de canais de comercialização e a melhoria de produtos e serviços.
Pequenas e Médias Empresas
Ainda em relação às PMEs, o estudo defende a sua inclusão, com seus produtos e serviços, no processo de modernização e reestruturação de cadeias produtivas em setores chaves da economia, com vocação para promover o desenvolvimento humano e progresso social, tais como alimentos, transporte, saúde, educação, comércio, habitação e segurança.
Também foi recomendada a adoção de ações voltadas à informatização de pequenos e médios estabelecimentos nessas cadeias produtivas de maior interesse humano e social. “Toda a cadeia produtiva da Economia da Informação teria muito a ganhar com ações de fortalecimento a iniciativas para agilizar o processo de convergência digital atualmente em curso”, conclui Virgínia Duarte.
O Caderno Temático “Economia da Informação e Internet” encontra-se disponível para download no novo website da Softex (
www.softex.br). Exemplares impressos podem ser solicitados pelo e-mail:
observatoriosoftex@nac.softex.br.