Com o tema “Mundo Digital - Desafios e oportunidades de uma sociedade em transformação”, a ABES realizou no dia 15 de setembro, no WTC Events, em São Paulo, a ABES Software Conference 2016, que em sua 6ª edição integrou o calendário de comemoração de 30 anos da ABES. O evento contou com uma programação diversificada, que inclui apresentações sobre tendências, legislação, tributação, certificação, segurança, qualidade e inovações no mercado de software e serviços.
Para o primeiro painel, foram convidados os dirigentes das mais atuantes entidades de tecnologia, que compartilharam suas perspectivas para o futuro do setor. Luis Mario Luchetta, vice-presidente da Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro), destacou a importância do trabalho conjunto das entidades para que seja reconhecida a relevância do setor para o crescimento do país. Ele também ressaltou que a tecnologia é capaz de aumentar a produtividade das empresas, sem ampliar o número de horas trabalhadas. O dirigente também convidou os participantes para 20ª edição do Congresso Mundial de TI – WCIT Brasil 2016, que ocorrerá em Brasília, de 3 a 5 de outubro. O evento é apoiado pela ABES e seus associados terão desconto nas inscrições.
A importância da unidade setorial para colocar o setor de TI no centro das prioridades das políticas públicas também foi destacada por Sérgio Paulo Gallindo, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). Ele citou o estudo realizado em 2015, que previa que, com o fim da desoneração da contribuição previdenciária patronal, seriam eliminados 81 mil empregos, entre 2015 e 2017, mas, segundo ele, o quadro se agravou com a crise: “Até junho deste ano já foram eliminados 51 mil postos de trabalho”, informou. Gallindo também elencou os principais desafios para os próximos anos: o combate à informalidade, a compatibilização entre custo e mercado, a questão da terceirização e o aperfeiçoamento da legislação trabalhista. “Temos a necessidade de nos mantermos unidos, engajados e mobilizados nesses assuntos”.
Marcio Girão, presidente da Federação Nacional das Empresas de Informática (Fenainfo), falou do empenho da entidade em articular a criação de um marco regulatório do software no Brasil. A entidade já encomendou um estudo e pretende apresentá-lo para discussão até o final do ano. “Trata-se de uma lei principiológica, o que torna mais fácil sua tramitação. Entre os objetivos estão regular o direito do autor, as patentes de software, a inovação, os fundos de incentivos e as compras públicas”. Girão também questionou o conceito de startup aplicado hoje no país: “Startup é um negócio novo e não uma empresa nascente. Existem negócios novos em todas as empresas”.
Ruben Delgado, presidente da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), ressaltou que o setor é muito tímido em sua atuação política. “A tecnologia é capaz de mudar a economia”, defende, lembrando a importância de as entidades atuarem para participar da criação de políticas setoriais. Delgado acredita que o MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) está disposto a ouvir o setor. “A Ciência faz esse dever de casa, mas a Tecnologia não faz”.
Finalizando o painel, Daniel Leipnitz, presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), demonstrou como a tecnologia vem transformando a cidade de Florianópolis (SC). “A cada 100 pessoas, três trabalham em tecnologia”, informou. E, ao contrário do que muitos pensam, a principal atividade econômica da capital catarinense não é o turismo. “O faturamento da tecnologia é três vezes e meia o faturamento do turismo. Hoje, somente a capital catarinense abriga 800 empresas”. A associação mantém ainda polos regionais em outros municípios do estado, como Lages, Blumenau, Chapecó e Joinvile. “Estabelecemos uma parceria recente com a Anjos do Brasil, temos a incubadora Midi Tecnológico e incentivamos os novos negócios a pensarem, desde o início, no mercado internacional, em soluções globalizadas”, destacou.
“Estou iniciando um processo de humanização dos processos de TI, desde a concepção até a entrega do projeto e as palestras da ABES Software Conferece contribuem com ideias. Me chamou a atenção a declaração do Ruben Delgado, da Softex, quando ele falou que as empresas devem ser mais ousadas e pressionar o governo para melhorar a conjuntura nacional”, ponderou Leopoldo Santos, gerente de TI da Imperatti.
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