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MCTIC e BNDES apresentam estudo do Plano Nacional de IoT com 76 ações para o setor

03/10/2017
 
Maximiliano Martinhão, secretário de Política de Informática do MCTI

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentaram nesta terça-feira (3) as diretrizes do Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), que será concluído até o fim do ano. Um estudo encomendado pelo MCTIC e BNDES sugeriu a adoção de 76 ações em áreas como fomento à inovação e inserção internacional, infraestrutura e conectividade, e regulação de segurança e privacidade de dados. Acesse o plano aqui.
 
Segundo o secretário de Política de Informática do MCTIC, Maximiliano Martinhão, o Brasil larga na frente por elaborar um plano de abrangência nacional para o setor. Na visão dele, o investimento em IoT será um marco para a economia brasileira, comparável ao processo de privatizações ocorrido na década de 1990.
 
“O futuro mostrará o quanto o Brasil teve lucidez e proatividade ao tratar de maneira estratégica o desenvolvimento dessa indústria no país. Tal qual o processo de privatização das telecomunicações, há quase 20 anos, que transformou nossa economia, a IoT tem o potencial de fazer o mesmo”, destacou Martinhão. “A IoT é uma oportunidade única para o nosso país, e o Brasil está preparado para capturar todo o seu valor. O estudo aponta que o benefício esperado para o país poderá chegar a US$ 200 bilhões por ano em 2025. Isso representa 10% do nosso PIB atual”, completou.
 
O estudo para a formulação do Plano Nacional de IoT foi solicitado por meio de uma parceria entre o MCTIC e o BNDES e produzido por um consórcio formado pela consultoria McKinsey Global Institute, o escritório Pereira Neto Macedo Advogados e a Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). O projeto foi estruturado em três fases: levantamento do mercado de Internet das Coisas no mundo; definição dos setores prioritários da economia brasileira para receber investimentos necessários para o desenvolvimento de IoT; e formulação de ações voltadas para acelerar a implantação do mercado de IoT no país.
 
Todas as etapas foram acompanhadas e validadas pela Câmara de Internet das Coisas (IoT), instância do MCTIC que reúne especialistas da academia, dos centros de pesquisa, das associações da iniciativa privada e do poder público para debater as questões relacionadas à temática no país.
 
 
Carlos Costa, diretor de Planejamento e Pesquisa do BNDES
 
“Para chegarmos a esse estudo, desafiamos o consórcio vencedor a expressar uma visão de país no documento e que buscasse o desenvolvimento. Atingimos esse objetivo. A Internet das Coisas tem potencial para fazer a diferença para o país e impulsionar a economia brasileira nos próximos anos”, afirmou o diretor de Planejamento e Pesquisa do BNDES, Carlos Costa.
 
Áreas prioritárias
 
O estudo identificou quatro ambientes prioritários para o uso em larga escala da IoT no país: agronegócio, indústria, cidades e saúde. O setor que larga na frente é o do agronegócio, no qual o Brasil já lidera mundialmente o desenvolvimento mundial de soluções voltadas à melhoria da produtividade na agricultura e na pecuária. A projeção é que a produção agrícola nacional pode ser aumentada em 49 milhões de toneladas até 2030 com a adoção de ferramentas de IoT.
 
Na indústria, a previsão é que a produtividade possa se elevar em até 40% com a melhoria do controle de estoques e da logística, além de haver uma projeção de queda de 20% nos acidentes de trabalho nas indústrias de base. Na área da saúde, os dados apresentados no estudo apontam a possibilidade de redução de 30% dos casos de doenças graves ocasionadas por enfermidades crônicas, como diabetes, e contração de 40% nos custos de manutenção de equipamentos por meio do monitoramento com recursos de IoT.
 
No caso das cidades, a adoção de soluções de Internet das Coisas em setores como transporte, segurança, aperfeiçoamento dos serviços públicos e gestão dos recursos naturais pode contribuir significativamente para promover a melhora da qualidade de vida da população.
 
“Por meio da Internet das Coisas, é possível melhorar o patamar da produtividade no país, gerando vantagens competitivas para o Brasil. Além disso, as soluções que surgirão da IoT poderão gerar a melhoria da qualidade de vida da população brasileira, ao auxiliar na solução de questões dos grandes centros urbanos de nosso país”, disse o secretário Maximiliano Martinhão.
 
O que é Internet das Coisas
 
É a rede de todos os objetos que se comunicam e interagem de forma autônoma, via internet. Isso permite o monitoramento e o gerenciamento desses dispositivos via software para aumentar a eficiência de sistemas e processos, habilitar novos serviços e melhorar a qualidade de vida das pessoas. As aplicações são diversas e incluem desde o monitoramento de saúde, a automação industrial até o uso de dispositivos pessoais conectados. Estima-se que já existam mais de 15 bilhões de aparelhos conectados em todo o mundo, incluindo smartphones e computadores. A previsão é que, em 2025, esse número possa atingir 35 bilhões de equipamentos.

Acesse o site do Plano Nacional de IoT aqui.