Pesquisa global feita pela Experian com profissionais de quatro países (Brasil, Estados Unidos, Inglaterra e Austrália) mostra que 91% das empresas brasileiras consideram dados na definição da estratégia de negócios, número maior que o apresentado em 2017 (86%). O percentual também é maior do que o número identificado globalmente, que foi de 83%. A pesquisa, chamada “The 2018 Global Data Management Benchmark Report”, consultou 1000 pessoas de companhias com mais de 250 funcionários de diversos setores e pode ser acessada
neste link.
Os resultados retratam que a preocupação com a utilização dos dados vem crescendo ano a ano nas empresas e, hoje, está no centro das decisões. “Cada vez mais as empresas estão percebendo que os dados não são mais apenas uma informação administrada pela área de TI. Dados com qualidade devem permear toda a companhia para que possam ser adequadamente analisados e, assim, utilizados nas decisões estratégicas”, avalia Fernando Rosolem, gerente sênior de soluções da Serasa Experian.
Um dos pontos que tem impulsionado este movimento é o processo de transformação digital pelo qual muitas empresas estão passando, que vem modificando os modelos de negócios existentes. Além disso, a necessidade de melhorar eficiência para obter vantagem competitiva, também tem influenciado o crescimento da importância dos dados na estratégia. “Qualquer organização que deseja aumentar sua receita terá de operar da forma mais eficiente possível. Esta é uma área na qual os dados de qualidade podem fornecer informações valiosas, que podem facilmente ser transformadas em resultados”, complementa Rosolem.
Mesmo com essa evolução mostrada pela pesquisa, as organizações ainda têm muito trabalho a fazer para alcançar um nível ideal de maturidade do gerenciamento de dados. Rosolem indica que, para atingir essa maturidade, é preciso construir confiança nos dados, pois a capacidade de tomar decisões estratégicas, reduzir riscos e até trazer produtos inovadores para o mercado exige informações confiáveis.
Erro humano
Reduzir o erro humano é outra necessidade apontada na pesquisa para que o mercado atinja a maturidade e melhor aproveitamento dos dados. Globalmente, o erro humano foi o fator mais apontado pelos entrevistados entre os que mais contribuem pela imprecisão dos dados. Na pesquisa divulgada em 2017, o erro humano também aparecia como sendo a maior causa dos dados imprecisos.
Se compararmos os resultados de 2016 com 2017, houve uma queda de 23 pontos percentuais na indicação deste fator pelos entrevistados; mesmo assim, o erro humano continuou como primeiro da lista de fatores de imprecisão. “O principal motivo da queda, no ano passado, está relacionado a investimentos que as organizações fizeram em treinamentos, profissionais e tecnologias adequadas para prevenir esse tipo de erro. No entanto, o percentual voltou a crescer neste ano por conta do aumento do volume e variedade de dados disponíveis”, explica Rosolem.
A tendência agora é que, para sobreviver no cenário de transformação digital e estratégia orientada pelos dados, as organizações tenham que implementar novos processos e soluções tecnológicas que acompanhem as demandas de negócios. Outro ponto é que as empresas passam a investir cada vez mais em profissionais especialistas, como os cientistas de dados e o CDO (Chief Data Officer).
A Serasa Experian, por exemplo, já enxergava esta tendência e criou o cargo de CDO em abril de 2016, ocupado desde então por Rodrigo Sanchez. “Estamos vivendo um momento de proliferação de dados de muitas fontes diferentes. Neste cenário, as empresas precisam ter uma visão centralizada das informações para conseguirem aproveitar melhor as oportunidades existentes”, afirma.
Atualmente a área de estratégia e gestão de dados, comandada por Sanchez, já tem cerca de 300 pessoas, dada a importância estratégica do assunto dentro da companhia. A área engloba, também, o laboratório de inovação da Serasa – DataLab – o terceiro no mundo (os outros ficam em Londres, na Inglaterra, e San Diego, nos EUA).
Liderar a gestão de dados como um ativo estratégico da empresa e extrair o máximo de valor das informações são algumas das atribuições deste profissional cada vez mais valorizado. Sanchez destaca, também, outras importantes funções do CDO: a busca por eficiência operacional e a governança dos dados da organização. “Dentro da governança, por exemplo, o CDO deve ser responsável por definir políticas de uso de dados, além de garantir a segurança dessas informações”, explica.