24/12/2019
Juntas, empresas desenvolveram o maior projeto de iluminação pública da América Latina
O conceito smart cities é cada vez mais real no Brasil e não precisamos ir longe para vivenciá-lo, basta reparar nas luzes da cidade de Belo Horizonte, primeiro município do País a implantar um projeto de iluminação pública inteligente. A transformação foi impulsionada pela mudança na legislação que incentivou prefeituras a buscarem parcerias público-privadas para adequarem-se à Resolução Normativa ANEEL nº 414, de 9 de setembro de 2010.
Para auxiliar neste processo, a BHIP, concessionária de iluminação pública da capital mineira, firmou uma parceria com a Logicalis, empresa global de soluções e serviços de tecnologia da informação e comunicação. Juntas, elas tinham a missão de garantir a disponibilidade e qualidade do serviço, por meio da modernização do parque de iluminação de BH, que possuía altos custos relacionados ao consumo de energia e às constantes manutenções. Para isso, as empresas revolucionaram a operação da iluminação na cidade, automatizando mais de 30 mil pontos, cerca de 20% do parque.
Por meio da telegestão, baseada nos conceitos de smart grid e IoT, é possível monitorar todo o sistema de iluminação da cidade remotamente. Com a tecnologia, a prefeitura recebe informações em tempo real para tomar decisões preventivamente e fazer ações preditivas. Desta forma, antes mesmo de ser notificada sobre falhas na iluminação pública é possível dar início à solução do problema proativamente.
O primeiro passo para tornar a telegestão realidade, foi a substituição dos sensores fotoelétricos por controladores, que funcionam como uma antena enviando informações sobre o ponto de luz ao software de gerenciamento. Controlado remotamente por um operador da concessionária, o sistema integra todos os dados capturados pelos sensores, possibilitando assim, uma tomada de decisão mais precisa e, consequentemente, o envio de comandos aos postes de iluminação.
Com estas soluções, há uma melhoria na gestão do abastecimento de energia da cidade, pois a tecnologia permite, por exemplo, ajustar a intensidade da iluminação das ruas conforme a demanda, bem como ligar e desligar as lâmpadas remotamente, com base nas informações emitidas pelos sensores. Isso contribuirá para uma redução de aproximadamente 45% no consumo de energia elétrica, o que pode representar uma economia anual de R$ 25 milhões à prefeitura. Espera-se também o aumento na sensação de segurança, pois em ruas mais iluminadas, os acidentes noturnos e a criminalidade tendem a diminuir.
"Projetos como esse são um grande passo em direção à construção de cidades inteligentes no Brasil, pois alavancam outras iniciativas que trazem melhorias para o município e seus cidadãos, que instantaneamente percebem os benefícios de simples ações, como a troca por lâmpadas mais eficientes e a rápida manutenção dos pontos de iluminação. Isso sem falar nos benefícios para a concessionária, que tem um retorno rápido do seu investimento e maior eficiência da operação", afirma Carlos Simionato, consultor especializado em utilities da Logicalis.
Com a modernização completa da iluminação pública, que acontecerá até outubro de 2020, o município poderá, ainda, implementar uma série de novas tecnologias que beneficiarão outros segmentos da sociedade, como o trânsito, por meio de semáforos conectados e estacionamento inteligente, e o meio ambiente, com soluções de gestão ambiental.
"Este é um processo complexo que requer um trabalho estratégico e de grande responsabilidade. A parceria com a Logicalis foi fundamental para garantirmos a qualidade do serviço, bem como para enfrentarmos os desafios que surgirão ao longo desse projeto pioneiro no País", diz Marcelo Bruzzi, presidente da BHIP.