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Insights analíticos em um piscar de olhos

09/06/2016



Por Rodrigo Africani, especialista em Data Management do SAS América Latina
 

Uma pessoa adulta pisca, em média, 24 vezes por minuto, fechando os olhos por cerca de 50 milésimos de segundo antes de cada piscada. Durante esse tempo estamos totalmente cegos. Pode parecer pouco, mas para a análise de dados, definitivamente não é.
 
Em menos de um milésimo de segundo, milhares de dados são gerados a partir de diversas fontes de informação, o que representa um dos ativos mais valiosos das empresas. Esses dados são provenientes de dezenas de bilhões de dispositivos conectados à Internet das Coisas, redes sociais e até aqueles gerados dentro dos departamentos das empresas.
 
Lidar com esse volume massivo de dados tem dado luz às tecnologias mais abrangentes para a captura de dados. Com esse intuito, os softwares de Event Stream Processing (ESP), ou Processamento de Dados em Tempo Real, popularizaram-se rapidamente nos últimos anos.
 
Com o ESP, todos os dados gerados por dezenas de milhares de eventos são analisados ainda em movimento, antes de serem armazenadas, com tempo de resposta praticamente imediato e sem interferir na velocidade do processamento. É como se ter uma mangueira jorrando continuamente, analisando cada partícula de água em movimento, sem a necessidade de filtros e captando as informações que importam para tomar decisões rápidas.
 
Trata-se de uma necessidade crescente no mercado brasileiro, especialmente o de varejo, que começa a acompanhar a velocidade de negócios, já adotada em outras áreas, como de telecomunicações e financeiro.
 
Em questão de competitividade para o setor de varejo, as ferramentas de Streaming ainda não ganharam destaque, pois os pioneiros no país são os grandes hipermercados, mas muitos possuindo a tecnologia sem saber utilizá-la com o devido potencial. Isso porque o próprio perfil do consumidor brasileiro ainda é de propensão à escolha por preço e não pela experiência da compra. Mas como fica em termos de potencial?
 
Com cada varejista são milhares e até milhões de consumidores, com necessidades e desejos particulares, buscando um atendimento diferenciado que, tradicionalmente, não recebe grandes investimentos em TI. E o mapeamento do histórico de compras e hábitos dos clientes podem oferecer insights valiosos para prever e oferecer produtos a eles, antes mesmo que percebam que estão precisando.
 
Nos Estados Unidos, a Macy’s Inc., um dos varejistas mais conhecidos do país, com receita anual acima de US$ 20 bilhões, possui uma base de clientes fidelizados nas lojas físicas e online. Para continuar esse legado em um mercado altamente competitivo, a Macy’s utilizou o SAS® Enterprise Miner™ para identificar as características dos clientes de e-commerce e reagir rapidamente com atividades de marketing. Com essa adoção, diminuiu em cerca de 20% o cancelamento de inscrições via e-mail e alcançou uma economia de US$ 500.000 ao ano, reduzindo o tempo de análise.
 
Portanto, o maior gargalo do varejo ainda é a evolução em vendas específicas para cliente, identificando as necessidades e hábitos do cliente e, principalmente, reagir rapidamente a eles. As vendas sem base deixarão de existir e o mercado tende a focar mais nos clientes. Enquanto as apostas de marketing forem tradicionais, dificilmente as varejistas acompanharão a tendência mundial na assertividade e na velocidade que os negócios estão demandando.