09/12/2016
Avaliação é de empresas que participaram de fórum em SP
O IOT Business Forum 2016, realizado dia 6 dezembro em São Paulo e que contou com o apoio institucional da ABES, debateu o potencial das tecnologias de Internet das Coisas, as tendências, os desafios de integração das tecnologias, os novos modelos de negócios e as formas de alavancar o mercado de IoT.
Uma opinião compartilhada por representantes de várias empresas, que promoveram palestras no fórum, é a de que o principal mercado brasileiro para as soluções de IoT é o da Indústria 4.0, especialmente frente a necessidade de aumentar a competitividade do Brasil. Outra constatação é a de que as tecnologias de IoT, machine learning, inteligência artificial e big data estão fortemente associadas, demandando profissionais altamente capacitados.
Ricardo Buranello, CEO da Telit para a América Latina, observou que o Brasil regrediu em seu nível de competitividade nos últimos anos e que é necessário maximizar o retorno dos ativos instalados nas indústrias, que apresentam alto grau de automação. “O tempo de desenvolvimento dos projetos de IoT é um fator crítico de sucesso. As empresas devem contar com uma nuvem robusta para trazer todas as APIs necessárias para colocar os planos em andamento”. O executivo citou ainda como exemplo o potencial de crescimento dos mercados de alarmes residenciais e de rastreamento de frota de veículos, quando comparado com números de outros países.
Referência em computação visual para o mercado de games, a Nvidia é outra empresa que está direcionando investimentos e pesquisas para IoT por meio do processamento via GPU (Graphics Processing Unit, ou Unidade de Processamento Gráfico). Estas unidades permitem ampliar a capacidade e velocidade dos hardwares para o desenvolvimento e uso de tecnologias de inteligência artificial integradas às aplicações de IoT, conforme explicou Marcio Aguiar, gerente de vendas enterprise da empresa na América Latina.
Ampliar a produtividade das linhas de produção, integrar machine learning e modelos preditivos a fim de gerar valor e inovação foram alguns dos pontos abordados por Mark Loucks, cientista de dados sênior da Unisys. Ele falou ainda sobre a necessidade de implementar nas empresas uma cultura de análise de dados e que entre os desafios de IoT estão: a falta de padrões, as várias fontes de dados e as ameaças à segurança dos sistemas. Em sua avaliação, a inteligência artificial tornou-se uma ferramenta mais viável com a disponibilidade de um poder de computação mais barato e rápido para os usuários.
IoT na saúde
Para Marlos Bosso, consultor pré-vendas da SAS Brasil, o uso de analytics e big data em IoT é fundamental. Usando como exemplo uma fábrica de tijolos, o executivo destacou que mesmo em processos de fabricação mais simples, as tecnologias de IoT podem agregar análise e trazer ganhos significativos, deixando o processo mais inteligente. Bosso falou ainda sobre os benefícios de IoT na saúde, um setor crítico no mundo inteiro, no qual as metas são: ampliar o número de atendimentos, garantir a humanização e a efetividade dos tratamentos frente à impossibilidade de aumentar equipe e investimentos. “A inteligência analítica e o uso de dispositivos podem viabilizar grandes mudanças nos serviços de saúde”, avalia.
Especificamente sobre a área de saúde, Margareth Amorim, responsável pelo Desenvolvimento de Negócios para a área de Saúde da SAP, e Guilherme Rabello, gerente de inteligência de mercado da Inova Incor da Fundação Zerbini, apresentaram a solução Smart Care Unit, que está em fase de testes. A solução permite integrar os dados fornecidos pelos diversos equipamentos que monitoram um paciente internado na UTI e também as informações geradas pelas medições realizadas pelas enfermeiras, disponibilizando-os aos médicos via plataforma SAP Connected Health. Desta forma, os especialistas podem controlar os indicadores do paciente em tempo real e tomar decisões em poucos minutos.
Rabello lembra que desde o início do trabalho a finalidade era encontrar soluções concretas para resolver problemas reais. A equipe multidisciplinar que está trabalhando neste projeto reúne cerca de 50 pessoas, entre profissionais da saúde, funcionários SAP e universitários que participam do SAP Labs. O Incor é uma das unidades do complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e, por ano, realiza mais de 200 mil consultas e 5 mil cirurgias.
O evento foi promovido pela TI Inside, com organização da Converge Comunicações.