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Há caminho para as cidades serem mais inteligentes?

29/06/2017
*Por Fernando Matesco, diretor técnico do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI)
 
Entende-se por uma cidade inteligente a cidade que utiliza meios para melhorar a qualidade de vida, a eficiência nas operações e os serviços urbanos, tendo como foco principal o cidadão. O cidadão deve estar no centro dos programas de inovação e modernização das cidades, a cidade deve ser atrativa com relação aos aspectos sociais, econômicos e ambientais. O maior motivo das cidades existirem é o cidadão.
 
Para a construção de uma cidade inteligente, a governança participativa é fundamental, o gestor público precisa disponibilizar canais efetivos de comunicação como incentivo para que o cidadão apoie a evolução das cidades. Por outro lado, se faz necessário um maior envolvimento dos cidadãos na governança da cidade.
 
Diante deste cenário, o uso da tecnologia para apoiar as iniciativas é fundamental. As soluções são cada vez mais criativas e inovadoras, favorecem um ambiente mais colaborativo e participativo, em que as pessoas estão on-line todo o tempo, com novos serviços à disposição do cidadão. Tudo isso modifica o atual ecossistema. A aplicação de tecnologias potencializa o uso dos recursos e serviços para tornar os centros urbanos mais eficientes. As soluções inovadoras permitem ao poder público atuar de forma preventiva, utilizando sistemas de gerenciamento e monitoramento.
 
Muito se fala referente à construção das cidades inteligentes e qual o melhor caminho a ser percorrido. Porém, o mais importante é considerar quais os benefícios esperados, tendo como foco o cidadão. Ao longo do caminho, é imprescindível ter em mente alguns passos importantes.
 
O primeiro é definir uma equipe multidisciplinar, formada por especialistas em gestão pública, mobilidade, planejamento urbano, engenharia, tecnologia da informação e comunicação, meio ambiente e outras áreas, dependendo de cada projeto. A partir daí, é preciso traçar uma estratégia de acordo com a principal parte interessada – o cidadão – e realizar um diagnóstico mapeando os principais problemas, desafios, limitações e complexidade dos projetos a serem desenvolvidos na cidade.
 
Com um diagnóstico bem elaborado se torna mais fácil mapear as soluções tecnológicas viáveis para a cidade. Nesse momento, é preciso definir um plano de ações (com prioridades, cronograma, custos, indicadores) e projetos pilotos que testem, na prática, as soluções mapeadas. A avaliação dos resultados pode ser feita por meio de um PDCA (Plan – Do – Check – Act) em todos os passos do processo.
 
É importante ter em mente que a construção de uma cidade inteligente é um processo gradativo, composto por diversas etapas. Passa por ações para ampliar a governança eletrônica ou os serviços digitais chegando até a evolução para soluções inteligentes, elevando de fato o patamar das cidades. Os resultados positivos em cada etapa serão, com certeza, as motivações para as futuras ações rumo ao objetivo principal de transformar o modelo tradicional dos municípios em cidades realmente inteligentes.
 
As ações devem contribuir com o desenvolvimento sustentável, proporcionando maior transparência e democratização das informações nos mais diversos setores da cidade. O objetivo principal é criar condições de sustentabilidade, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, a governança e a gestão das cidades, garantindo o atendimento das necessidades das gerações atuais e futuras.
 
Segurança, iluminação, mobilidade urbana, saúde, educação, abastecimento de água, coleta e tratamento de lixo e esgoto são alguns exemplos de serviços públicos que podem ser adaptados e melhorados com soluções inteligentes. Mas não precisamos necessariamente desenvolver um novo produto. Buscar mecanismos para otimizar o uso dos recursos e melhorar a aplicação do orçamento em áreas prioritárias permite que as carências de cada cidade sejam supridas.
 
Uma cidade inteligente está apta a antecipar as necessidades futuras. Consegue agir prontamente ou até mesmo prever crises. Além disso, as ações passam a ser coordenadas e integradas, com melhor aproveitamento dos recursos e investimentos. E assim a qualidade dos serviços oferecidos à população melhora e a cidade passa a ser mais eficiente.
 
 
*Fernando Matesco,  diretor técnico do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI),  Possui MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV, certificado PMP pelo PMI, certificado ITIL, certificado ISO-27002. Há mais de 20 anos na área de Tecnologia da Informação e Comunicação, com sólida experiência em gestão de serviços de TIC, atua no ICI desde 2001.