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Governo de São Paulo lançou o programa de inovação IdeiaGov

07/08/2020

O Governo do Estado de São Paulo lançou o programa de inovação IdeiaGov, com o objetivo de utilizar soluções trazidas pelo mercado e pela sociedade para desafios do poder público estadual, de modo a oferecer melhores serviços públicos para o cidadão e mais eficiência na gestão pública.

Apoiado pela FAPESP, o programa atua em três frentes de ação:

1) espaço de encontro entre diferentes atores do ecossistema de empreendedorismo de impacto e do sistema de ciência, tecnologia e inovação no Estado de São Paulo.
2) aceleração de negócios que resolvam problemas de interesse público e complementem o trabalho do governo.
3) criar desafios a partir de demandas de órgãos do governo paulista que potencializam a relação e a contratação de soluções inovadoras.

“A iniciativa tem como objetivo tornar o Governo de São Paulo referência internacional em inovação no setor público e também impulsionar o desenvolvimento econômico com compras públicas de inovação, principalmente dando oportunidade para startups, pequenas e médias e empresas inovadoras em geral”, disse Patricia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, no lançamento do programa, em junho.

O Impact Hub – organização brasileira conectada a uma rede global de empreendedores, com o propósito de desenvolver soluções e negócios de transformação – foi escolhido para operacionalizar o programa.

“As secretarias de Governo e de Desenvolvimento Econômico, que idealizaram o programa, perceberam a importância de trazer uma organização como o Impact Hub para executar uma iniciativa como essa, que busca encontrar soluções para desafios transversais e complexos encontrados na gestão pública estadual e que são comuns a outras esferas de governo no Brasil e no mundo”, diz Felipe Massami Maruyama, diretor de inovação em governo do Impact Hub e que está à frente da iniciativa.

Legado do Pitch Gov

O IdeiaGov trouxe muito dos aprendizados do Pitch Gov – uma iniciativa também lançada pelo Governo do Estado de São Paulo, no final de 2015, em parceria com a Associação Brasileira de Startups, com o objetivo de identificar soluções inovadoras desenvolvidas por startups para solucionar desafios da administração pública nas áreas de educação, estatística e análise de dados, finanças públicas, habitação, saneamento e energia, saúde, transparência e transportes.

“O Pitch Gov, na ocasião do lançamento do programa, não pôde desfrutar, por exemplo, do amadurecimento de legislações surgidas posteriormente, como o novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, que trouxe o arcabouço jurídico que poderia contribuir na implementação de soluções inovadoras”, afirma Maruyama.

Novo marco legal

Sancionado no início de 2016, o novo marco legal regulamenta as parcerias de longo prazo entre os setores público e privado, dá maior flexibilidade de atuação às instituições científicas, tecnológicas e de inovação (ICTs) e às respectivas entidades de apoio.

Uma das inovações da legislação é a possibilidade de dispensa de licitação, pela administração pública, nas contratações de serviços ou produtos inovadores de micro, pequenas e médias empresas.

Estabelece, ainda, a possibilidade de utilização do Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) para ações em órgãos e entidades dedicados à ciência, tecnologia e inovação. E prevê a possibilidade de governadores e prefeitos estabelecerem regime simplificado, com regras próprias para as aquisições nessas áreas.

Programa-piloto de Combate à COVID-19

Com base nesse diagnóstico do Pitch Gov e com um arcabouço regulatório mais maduro e testado, o IdeiaGov foi delineado não só para fazer a conexão entre as soluções do mercado e da sociedade com os desafios do poder público, mas também para apoiar em toda a jornada, desde o suporte aos servidores públicos na estruturação dos problemas até na implementação das inovações pelo governo por meio das diversas modalidades jurídicas existentes, explica o especialista.

O primeiro programa-piloto do IdeiaGov é direcionado a identificar novas tecnologias e soluções inovadoras com potencial para combater e minimizar os impactos do novo coronavírus, o SARS-CoV-2, na saúde da população.

O programa é dividido em duas modalidades:

1) “Desafios do Governo”: se dedica a encontrar soluções inovadoras de empresas e organizações de pesquisas de qualquer porte para desafios concretos voltados ao enfrentamento do coronavírus no cenário atual. O primeiro chamamento dessa modalidade tem como desafio a realização de testes para o diagnóstico da COVID-19, de forma a torná-los acessíveis para programas de saúde pública e replicáveis para alcançar o maior número possível de pessoas. As inscrições das propostas para o primeiro desafio podem ser feitas até o dia 10 de agosto pelo site www.ideiagov.sp.gov.br.

2) “Ofertas tecnológicas do mercado”: é um canal de entrada para receber propostas de tecnologias relacionadas ao combate da COVID-19, sejam de produtos, serviços ou processos para a área da saúde pública. Entre os critérios gerais para seleção estão o grau de inovação das soluções apresentadas, o potencial de adoção por órgãos da administração pública, o perfil da empresa e da equipe envolvida e a maturidade da tecnologia. No atual edital do IdeiaGov, se busca identificar soluções tecnológicas e inovadoras que permitam o monitoramento dos sinais vitais e/ou operação remota de medicação de pacientes internados. As inscrições das propostas podem ser feitas até o dia 12 de agosto, também pelo site www.ideiagov.sp.gov.br.

As propostas serão analisadas por um grupo de especialistas, composto por representantes de órgãos do governo interessados em comprar ou implementar as soluções selecionadas, além de considerar os critérios específicos de cada um dos editais.

“Esses profissionais irão avaliar diferentes aspectos das propostas, indicando quando testá-las ou validá-las dentro de um ambiente de uso real, como o hospitalar, por exemplo, para, a partir disso, verificar o potencial da implementação seja por meio de uma compra pública ou de outras formas”, diz Maruyama.

As empresas terão acesso às equipes técnicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), além de infraestrutura laboratorial e de equipamentos especializados para orientação, apoio na execução de provas de conceito, casos de uso real, testes-piloto e troca de informações técnicas. Além disso, a iniciativa também possui o apoio de diversas organizações com atuação nas áreas de geração de negócios, a partir de ciência e tecnologia, inovação em governo e tecnologias sociais, como a Wylinka e o Instituto Tellus.

Ao final do ciclo de ambas as modalidades, as soluções validadas poderão ter acesso a linhas de financiamento e/ou contratação de suas soluções por órgãos públicos.

“A proposta é lançar vários desafios dentro de macrotemas, como o da COVID-19, possibilitando a articulação de parceiros que nos apoiem em diferentes etapas de desenvolvimento das melhores soluções”, diz Maruyama.

Fonte: Agência Fapesp