O Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas, alerta que os gastos mundiais com TI do setor bancário e de corretoras de valores deverão cair quase 4,7%, em 2020, movimentando US$ 514 bilhões em todo o mundo. Os
investimentos em PCs e dispositivos móveis terão a maior queda (redução de 12,1%), seguidos por sistemas para Data Centers.
“A pandemia da
COVID-19 não só causou incerteza no setor bancário e de corretora de valores neste ano, mas também uma mudança definida na maneira como os clientes devem interagir com suas instituições financeiras”, diz Jeff Casey, Analista e Diretor Sênior do Gartner. “Essas empresas continuam respondendo às necessidades emergentes dos clientes em meio ao fechamento econômico em curso e ao apoio governamental cada vez menor.”
A resposta inicial da indústria foi dominada por ações operacionais para capacitar uma força de
trabalho remota, respondendo ao aumento das necessidades de crédito, além de esforços para ampliar o uso dos canais digitais e de iniciativas para tranquilizar os investidores mais nervosos. Os canais de atendimento ao cliente foram colocados sob pressão adicional, com os bancos respondendo rapidamente, adicionando ou ajustando as capacidades tanto nos meios de autoatendimento quanto nos canais de atendimento presencial.
Durante os estágios iniciais da pandemia, os bancos concentraram os gastos com tecnologia em quatro áreas principais:
- Operações: dedicados à garantia da continuidade e acesso aos serviços básicos;
- Cadeia de suprimentos: para atender às necessidades emergentes de fornecedores e clientes;
- Receita: que buscavam garantir a continuidade da viabilidade do negócio;
- Força de trabalho: para apoiar os funcionários e o trabalho remoto em caso de interrupção.
O Gartner prevê, nesse cenário, que os gastos com tecnologia no setor bancário e de títulos financeiros se recuperem em 2021, crescendo 6,6% globalmente (ver Tabela 1).
“Com uma melhor compreensão do impacto da COVID-19, os bancos e corretoras de valores estão agora acelerando as iniciativas de automação, como chatbots voltados para o cliente, automação de processos robóticos (RPA) e soluções de originação de contas ponta a ponta”, avalia Casey. “Eles também estão focados no redesenho de estruturas e fluxos de trabalho da organização e na redefinição de prioridades de iniciativas de modernização.”
Previsão de gastos mundiais com TI no setor de bancos e empresas de títulos financeiros (em bilhões de dólares)
Após um forte crescimento de 5% em 2019, o impacto da COVID-19 fará com que os gastos com serviços de TI diminuam em 2020. O tamanho dos contratos, os termos dos contratos e o tipo de negócio serão severamente afetados, já que grandes projetos de transformação estão sendo reduzidos ou cancelados.
“Esse cenário será breve, pois os bancos deverão reagir e responder às interrupções provocados pela COVID-19”, diz o diretor do Gartner. “Os gastos com serviços de TI começarão a se recuperar à medida que os bancos começarem a acelerar suas principais iniciativas de modernização em 2021.”
O Gartner acredita que a capacidade de criar valor --e, em última análise, novas fontes de receita-- será fundamental para o sucesso em longo prazo e de uma
recuperação prolongada. A COVID-19 apresentou uma oportunidade para os bancos aumentarem seu envolvimento digital e ampliarem os serviços oferecidos. Atualmente, os bancos obtêm 27% da receita em média de suas operações por meio de serviços digitais fornecidos externamente, de acordo com a Pesquisa de CIO do Gartner 2020.