Encontrar empresa por:

Ícone TítuloNotícias

Compartilhe:

Brasil e União Europeia: ABES participa de reunião sobre 5G e IoT no MCTIC

21/11/2018


As conclusões de estudo sobre o impacto das tecnologias 5G e IoT (Internet das Coisas; em inglês, Internet of Things) em regiões de baixa densidade populacional no Brasil foram apresentadas no dia 20/11/2018, durante seminário técnico realizado no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), com apoio dos Diálogos Setoriais União Europeia – Brasil. A reunião contou com a presença de Werter Padilha, coordenador do comitê de IoT da ABES, que integrou a missão que realizou visitas técnicas na Bélgica, Holanda e Itália no primeiro semestre, conhecendo tecnologias de IoT aplicadas ao agronegócio.
 
Participaram ainda do evento Thales Marçal Vieira Netto e Guilherme Côrrea, ambos da Secretaria de Políticas Digitais (Sepod) do MCTIC; Cecilia Matsumura, Executiva IBE-USP Instituto de estudos Brasil Europa da Universidade de São Paulo; José Marcos Brito, perito brasileiro; Carlos Oliveira, ministro conselheiro da Delegação da UE no Brasil; Noelia Barriuso, consultora espanhola responsável pelo Programa Diálogos Setoriais; Francisco Medeiros, perito europeu, entre outros convidados.
 
O perito europeu, professor Francisco Medeiros, foi responsável pelo levantamento e seleção de casos de sucesso financiados pelo Horizonte 2020, o maior programa-quadro de investigação e inovação da União Europeia (UE), além da preparação e implementação de um programa de visitas de especialistas brasileiros a países europeus com políticas públicas e experiências bem-sucedidas na área de IoT voltadas para o setor agroindustrial.
 
 “Os objetivos do trabalho são conhecer a experiência europeia para verificar a possibilidade de implementação de projetos semelhantes no Brasil e alinhar as políticas públicas entre UE e Brasil em relação às plataformas de IoT, com foco na agricultura, com vistas a possíveis parcerias para troca de experiência e de conhecimento. Surgiu a possibilidade de colaboração entre Brasil e um projeto grego de tecnologia de conectividade”, destacou Medeiros.
 
O especialista explicou todo o processo do Horizonte 2020, desde a elaboração da chamada para apresentação de projetos, com definição clara do que se pretende alcançar, passando pela seleção e execução das propostas.
 
Entre as lições aprendidas com a pesquisa, Medeiros listou a importância do envolvimento de todos os stakeholders nos projetos, do estabelecimento de critérios claros de avaliação, do compartilhamento de informação e conhecimento, da elaboração de um plano de exploração e disseminação, da importância de criar uma comunidade de interesse e do envolvimento da sociedade civil, entre outras.
 
O perito brasileiro, professor José Marcos Brito, apresentou o estudo sobre o 5G e as perspectivas para a implementação dessa tecnologia no Brasil. Ele ressaltou a importância da universalização do acesso à internet no país, como forma de promover a equidade social.
 
“Não adianta ter tecnologia avançada só nos grandes centros urbanos. Precisamos levar a conectividade às áreas remotas. Atualmente, há problema de conexão de internet a partir de 15 km do centro da cidade. Há fazendas com 50 km2 de área. O Brasil também tem municípios maiores que muitos países europeus. Altamira, no Pará, tem 159.533 km2, e Portugal, 92.212 km2.”
 
De acordo com Brito, 5G é oportunidade tecnológica de tentarmos resolver esse problema comum a países de grandes dimensões. “Além do Brasil, China, Rússia, Índia e até os EUA têm ações para enfrentar o desafio da internet em áreas remotas.”
Entre as motivações para investimento em 5G, o especialista citou a previsão do impacto de IoT em áreas rurais, que deve ser de US$ 21 bilhões em 2025, segundo do BNDES. “Outra razão é a diminuição da desigualdade social que existe entre campo e cidade. A tecnologia 5G vai aumentar as possibilidades de educação à distância em áreas rurais, por exemplo.”
 
Carlos Oliveira, ministro conselheiro da Delegação da UE no Brasil, afirmou que a colaboração com o Brasil é fundamental. “Não fazemos pesquisa por pesquisa. Os estudos devem servir para acúmulo de conhecimento, mas também precisam ser traduzidos em ganhos de competitividade e integração em cadeias de valor globais, assim como de desempenho da indústria nos países envolvidos.”
 
Oliveira lembrou que a exportação do Brasil é altamente dependente de commodities, de produtos agrícolas. “O aprimoramento de processos na agricultura, por meio de 5G e IoT, já traria resultados positivos para a economia brasileira. No entanto, é preciso ir adiante e considerar que esses avanços tecnológicos podem ajudar o país a crescer também na produção de produtos manufaturados”, completou.
 
O coordenador do Comitê de IoT da ABES, Werter Padilha, destacou a importância dessas iniciativas e missões para o fortalecimento do ecossistema de IoT no Brasil, mantendo-o integrado com projetos internacionais, que podem gerar parcerias com alto valor agregado entre empresas e centros de pesquisa e sinergia de competências. “Os stakeholders citados pelo Medeiros estão mobilizados e atuantes para levar a transformação digital para todos os setores econômicos e visando o desenvolvimento social”, finalizou.