11/08/2014
Diretor executivo explica o modelo de aceleração e avalia o cenário brasileiro
A Startup Farm, maior aceleradora de startups da América Latina, é definida como uma aceleradora-escola, que visa fomentar o empreendedorismo através de educação empreendedora, cultura e acesso a investimento. Colocando o empreendedor como eixo central de sua atuação, oferece aos participantes de seus programas exposição a uma ampla rede de mentores e facilitadores que, aliada aos seus parceiros institucionais, acadêmicos, grandes empresas e investidores, têm gerado cases de sucesso no mercado brasileiro e internacional, como EasyTaxi, O Entregador (atual HelloFood) entre tantas outras que receberam investimentos.
No encerramento da 10ª edição do Programa de Aceleração em junho, a aceleradora anunciou sua nova estrutura organizacional. A partir de agora, ela contará com braços de negócios para dar mais força à sua atuação. Alan Leite, diretor executivo, em entrevista ao Portal ABES, explica o modelo de atuação da aceleradora e avalia os pontos fortes e as fragilidades das startups brasileiras. A Startup Farm planeja rodar mais dois programas de aceleração ainda em 2014 e reserva várias novidades para 2015.
De onde surgiu a ideia do modelo de aceleração criado pela Farm? Qual a sua formação e trajetória de carreira?
A história da Farm começa com o Felipe Matos. Em 2010 ele se questionou porque não possuíamos um ambiente tão favorável ao empreendedorismo como no Vale do Silicio. Observando e comparando esses mercados, ele identificou 3 grandes "gaps", educação empreendedora, cultura empreendedora (rede, networking, transferencia de conhecimento...) e capital correto. Baseada nesses três pontos, surgia a Startup Farm. O Felipe é sócio e fundador da StartupFarm e diretor de operações do projeto Startup Brasil. Eu sou formado em administração com experiência nos setores privado e público, em empresas de diversos segmentos e tamanhos. Na Falconi Consultores de Resultado, atuei em projetos de diversos tipos auxiliando grandes empresas a alcançar resultados através da utilização do método PDCA, pai do Lean Startup. No início de 2013, troquei o Rio de Janeiro por São Paulo e a carreira de consultor de gestão pelo desafio de assumir a Startup Farm. Assim, mergulhei neste ecossistema e resgatei um antigo desejo de trabalhar com empreendedorismo.
Em sua avaliação, quais são os principais pontos fortes e fracos das startups brasileiras?
Existem muitas startups inovadoras e incríveis em nosso país, mas muitas vezes elas precisam de orientações nesta fase inicial. São vários pontos fortes que encontramos nelas, como a criatividade, a vontade de fazer e assumir riscos. Como pontos fracos temos a baixa inovação tecnológica e de modelo de negócio e a falta de ambição global.
Qual o percentual aproximado de empreendedores que conseguiu transformar os projetos em negócios que já estão no mercado?
Não temos este percentual atualizado. Aceleramos 131 startups desde 2011. Como cases, temos a Easy Taxi, O Entregador (atual HelloFood) entre tantas outras que receberam investimento.
Quais são, atualmente, os principais parceiros da Farm?
A nossa última edição do Programa contou com o patrocínio da IBM e SendGrid e apoio da Plug, Imagem Corporativa, Baptista Luz Advogados Associados, Blanko Digital Makers e Kailo Consultoria. Mas gosto sempre de reforçar que nossa rede de mentores também é um dos nossos principais parceiros, todos são voluntários do programa. Já passaram pelo programa cerca de 250 mentores como empreendedores de sucesso, técnicos, executivos, investidores e outros especialistas. Temos uma rede que abrange mais de 1.000 pessoas ao redor do mundo com o perfil que se encaixa com nossa filosofia de atuação.
Qual é a estrutura de gestão da Farm para a realização deste trabalho?
A StartupFarm anunciou sua nova estrutura organizacional durante o Demo Day. A partir de agora, ela contará com três braços de negócios bem definidos:
StartupFarm.EDU, para gestão do programa de aceleração já conhecido do ecossistema no mercado e os demais programas abertos focados em educação para empreendedorismo e fomento do ecossistema; StartupFarm.PRO, que será responsável por projetos desenhados para empresas de todos os segmentos, universidades e setor público, assim como estruturação de programas públicos e privados, e StartupFarm.VC, uma boutique de aceleração que dará um atendimento diferenciado a startups cujo modelo de negócio seja altamente disruptivo e com mercados globais. A Startup Farm já conta com uma startup em seu portfólio, a UpPoints.