21/06/2017
Analistas antecipam o futuro da liderança de dados e analytics durante a Conferência Gartner Data & Analytics
Em coletiva de imprensa realizada no dia 20 de junho, para a abertura da Conferência Gartner Data & Analytics, em São Paulo, Donald Feinberg, vice-presidente e Analista Emérito do Gartner, afirmou que, os líderes de negócios deveriam se concentrar na construção de uma organização centrada em dados, aproveitar as principais tendências e as tecnologias emergentes, além de desenhar os resultados que lideram os modelos de negócios transformacionais. "Não é difícil imaginar um mundo no qual as aplicações de dados e Analytics sejam utilizadas de forma generalizada em todos os processos empresariais e em todas as decisões que tomamos", diz Donald Feinberg. "No entanto, para tornar isso uma realidade, precisamos ajudar nossos colegas em todos os lugares em nossas organizações a se ficarem confortáveis trabalhando com dados em suas atividades”. O executivo destacou ainda os resultados da pesquisa do Gartner com os CIOS, na qual os executivos da América Latina colocaram business intelligence (BI) e analytics como a prioridade número 1 em seus negócios, fundamental para que se alcance as demais metas das organizações: crescimento dos negócios, estabilidade financeira e gestão de custos. Ele apontou ainda a importância de eventos focados no tema, que ajudam a evangelizar as empresas e mostrar os caminhos para os avanços na prática do BI.
João Tapadinhas, diretor de pesquisas do Gartner, ressaltou a importância de as organizações ultrapassarem a fase do BI tradicional para uma etapa de industrialização do uso de analytics e de empoderamento do usuário, de forma que ele mesmo saiba utilizar as ferramentas e não fique mais dependente da equipe de TI. “As tecnologias permitem que o BI investigue e resolva problemas mais complexos nas empresas a partir de uma nova dinâmica que ofereça um self service dos dados aos usuários, em tempo real. Essa mudança demanda que mais pessoas adquiram competências em analytics e a reformulação e integração de processos”, explicou. O diretor considera que as empresas de software têm se esforçado para fazer com que seus clientes avancem do BI tradicional para o self service analytics, por meio de redes internas estruturadas e o cruzamento efetivo das informações dentro de uma organização, a partir da integração dos sistemas de ERP, CRM, Vendas, entre outros.
O Gartner aproveitou o evento para apresentar um plano de três passos para alcançar a abundância de dados e Analytics. Veja quais são:
Passo 1: Repensar a Liderança
As organizações devem começar considerando a criação de um escritório de dados e a nomeação de um Chief Data Officer (CDO). Pesquisa da Gartner sobre os principais agentes de dados mostra que as principais responsabilidades do CDO em toda a organização são uma supervisão de iniciativas de análise e governança de dados, seguida de responsabilidades para definir a estratégia de análise para a organização e garantir a confiabilidade e o valor da informação, ou seja, sua governança. "O aumento da função do CDO reflete a crescente necessidade de liderança aberta de negócios digitais direcionados por dados e para defender o valor dos ativos das informações", comentou Feinberg. "No entanto, o papel do CDO é mais influente do que o controle. Ainda precisamos habilitar os departamentos descentralizados a desempenhar papéis maiores na estratégia organizacional”.
Passo 2: Modernizar a Tecnologia
Após a liderança, uma grande parte da obtenção de abundância analítica é lidar com a escala e a variedade dos dados disponíveis. As abordagens tradicionais de infraestrutura de gerenciamento de dados, como armazéns de dados, fluxos de dados em lote e bancos de dados relacionais, começam a quebrar em face dos requisitos de negócios digitais. As organizações devem adotar rapidamente arquiteturas e tecnologias, como a virtualização de dados, que permitem a integração de dados em tempo real e as necessidades de acesso. "Até 2018, o Gartner prevê que as organizações com recursos de virtualização de dados gastarão 40% menos na construção e gerenciamento de processos de integração de dados para conectar ativos de informação", diz Tapadinhas. "Esta é a chave: a obtenção de uma infraestrutura de gerenciamento de dados capaz de suportar demandas empresariais digitais requer coleta e conexão. Coletar e segurar dados garante a confiabilidade de processos de missão crítica enquanto conectar-se a dados permite suportar requisitos em tempo real, lidar com escala maciça e distribuição e dar apoio a uma rápida experimentação.”
Etapa 3: Maximize sua Contribuição Comercial
Uma das chaves para maximizar a contribuição das empresas e aproveitar esta abundância de poder de computação e expertise analítica é transformar a governança de dados em um facilitador de negócios. Essa gestão precisa mudar de centralizada, de cima para baixo e ditatorial para local, colaborativa, ágil, flexível e orientada para negócios. Ao mesmo tempo, os líderes de dados e Analytics devem ainda alcançar os pontos de vista confiáveis, compartilhados e consistentes de dados de gestão de dados mestre (MDM) e iniciativas de qualidade de dados. "Obter este direito - políticas orientadas por contexto e autoridade e responsabilidade distribuídas - é fundamental para fornecer a base confiável e de alto valor de dados que suporte qualquer caso de uso que a liderança de uma organização possa ter em mente", finalizou Feinberg.