Um ICO – do termo em inglês Initial Coin Offering (oferta inicial da moeda) tem sido um dos mecanismos utilizados no universo digital para atrair investidores para projetos de negócios virtuais, como o lançamento de uma nova criptomoeda. Visto, inicialmente, como um caminho para revolucionar o sistema financeiro, os processos de ICO, entretanto, têm perdido a credibilidade por causa de fraudes, situação que levou o Google a divulgar, recentemente, que vai restringir os anúncios de ICOs, exchanges, carteiras de criptomoedas, entre outros produtos e serviços correlatos, a partir de junho de 2018.
Esta questão foi abordada por Dennis Zasnicoff, autor do livro
"Os Idiotas do Bitcoin", especialista em blockchain, consultor de negócios e que desenvolve treinamentos na Flórida (EUA), durante evento em São Paulo. “Não é nada fácil consolidar uma moeda no mercado digital, seja pela competição entre elas, como também pela ação de pessoas de má fé. O bitcoin se consolidou porque construiu um ecossistema, tem suporte, aceitação, desenvolvimento, histórico e número de usuários. Outra criptomoeda relevante, atualmente, é o Ethereum, mas podemos citar ainda a Bitcoin Cash, IOTA, Litecoin, Moner e Ripple - cada uma delas trazendo um diferencial bem claro em relação ao Bitcoin”, analisa.
Zasnicoff destacou ainda que a regulamentação é um dos principais desafios para o avanço de blockchain no Brasil e no mundo. “Esta tecnologia representa uma ruptura e a falta de direcionamento incentiva a ação dos maus intencionados, que já não costumam se preocupar com as leis. O blockchain do bitcoin tem uma vantagem competitiva por ser um dos primeiros do mercado, tem regras estabelecidas, o apoio da comunidade e código aberto. Vemos hoje novas criptomoedas que prometem velocidade mais rápida de processamento das transações, mas isto pode gerar vulnerabilidades”, explicou.
“Este evento foi muito bem organizado. O bitcoin traz uma ruptura similar à que a internet causou há alguns anos. Trata-se de uma moeda, um ativo que veio para ficar e, como o Dennis falou, é preciso conscientização e educação. Com as pessoas mais conscientes do que é o bitcoin, veremos que, daqui a pouco, ele será usado para pagar um cafezinho”, disse Arnaldo Anselmo, da TNB Consultoria e Participações.
Vagner Baptistelli, da Union TI, destacou que o evento foi extremamente esclarecedor. “Venho acompanhando bitcoin e blockchain há algum tempo e este papel de evangelizador que o Dennis está desempenhando faz diferença, pois ele usa uma linguagem acessível e objetiva. Falta de conhecimento é ainda um dos obstáculos para a expansão destas novas tecnologias”, avaliou.
Link para o e-book
Os idiotas do Bitcoin.