A
dojot possui arquitetura baseada em microsserviços e inclui, entre outros recursos, um painel de controle com interface gráfica web, API (Application Programing Interface) única e aberta, para acesso aos serviços, e segurança fim a fim - que envolve a autenticação dos devices e das aplicações na plataforma, a gestão de identidade e criptografia - com garantia de privacidade das informações. “Segurança e privacidade dos dados são, atualmente, preocupações importantes no universo da Internet das Coisas”, enfatiza Leonardo Mariote, diretor da área de Conectividade do CPqD.
A plataforma oferece ainda serviços para tratamento de dados, estruturados e não estruturados, em grande volume (Big Data), componentes para análise de serviços em tempo real e para gestão de dispositivos, mecanismos para implementar algoritmos de
machine learning - o que permite fazer previsões com base em histórico e em dados reais - e suporte aos protocolos MQTT, HTTPs e CoAP, utilizados em boa parte das aplicações IoT disponíveis no mercado.
“Um dos diferenciais da
dojot é o recurso de prototipação rápida, que permite gerar, em cerca de meia hora, um produto mínimo viável (MVP) a partir do qual é possível validar o conceito junto ao cliente, antes de desenvolver a aplicação”, destaca Mariote. Essa função está disponível na interface gráfica do painel de controle, um ambiente amigável e integrado que facilita o uso da plataforma. “Nesse ambiente o usuário também pode criar dispositivos IoT físicos e virtuais, gerenciar fluxos e as aplicações”, acrescenta. Mariote ressalta ainda outro diferencial importante da
dojot: a arquitetura adequada à implantação em ambiente de nuvem.
O desenvolvimento da plataforma
dojot faz parte de um projeto mais amplo, financiado pelo FUNTTEL (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e Finep, que vem sendo conduzido pelo CPqD em parceria com outras instituições de ciência e tecnologia brasileiras.
Parcerias em andamento
Várias empresas já estão adotando essa plataforma, que oferece recursos para o desenvolvimento mais fácil e rápido de soluções customizadas para diversos ambientes.
É o caso da Taggen, empresa especializada em projetos e soluções de Internet das Coisas que, em parceria com o CPqD, desenvolveu o primeiro beacon Bluetooth Low Energy (BLE) com tecnologia 100% brasileira. “O principal benefício da plataforma
dojot é a aceleração do processo de desenvolvimento de aplicações, que certamente ajudará na implantação do conceito de IoT no país”, afirma Werter Padilha, CEO da Taggen. “Ao mesmo tempo, por ser uma plataforma aberta, deverá se transformar na base para a criação de um ecossistema de desenvolvedores, empresas e instituições na área de Internet das Coisas”.
Outro parceiro interessado na nova plataforma é a Exati Tecnologia, de Curitiba, com a qual o CPqD (como Unidade EMBRAPII) desenvolveu um projeto para cidades inteligentes baseado em dispositivo de telegestão para sistemas de iluminação pública - que poderá ser usado também em outros serviços. “A integração da plataforma
dojot à nossa solução deverá facilitar o desenvolvimento de novas aplicações IoT para cidades inteligentes, utilizando o mesmo hardware”, explica Dênis Weis Naressi, CEO da Exati.
Para Maximiliano Martinhão, secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o desenvolvimento dessa plataforma de código aberto - que contou com o apoio de recursos do FUNTTEL/Finep - terá um papel fundamental na implantação do Plano Nacional de IoT, a ser adotado no país. “Essa plataforma vai alavancar a criação de aplicações de Internet das Coisas com características adequadas ao Brasil, especialmente nas áreas priorizadas no Plano Nacional de IoT”, destaca Martinhão. “Com isso, estaremos estimulando a formação de um ecossistema para o desenvolvimento da IoT no país”.
Os interessados em desenvolver aplicações IoT utilizando essa plataforma já podem obter seu código pelo portal
dojot na internet - endereço
www.dojot.com.br. O site também fornece a documentação sobre como utilizar os componentes, a interface, etc. e traz vídeos explicativos (tutoriais).