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CPqD lança dojot, plataforma aberta para o desenvolvimento de aplicações de IoT

14/09/2017
 
Sebastião Sahão Júnior, presidente do CPqD


Segurança, robustez e facilidade de uso para o desenvolvimento de aplicações de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) voltadas às necessidades brasileiras, nas mais diversas áreas - como cidades inteligentes e agronegócio, entre outras. Esses são os principais diferenciais da plataforma aberta dojot, que o CPqD lançou no IoT Latin America, evento que aconteceu nos dias 12 e 13 de setembro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo.
 
O nome escolhido para a plataforma remete a uma prática conhecida no universo da Tecnologia da Informação - Dojo é o encontro em que programadores treinam técnicas e metodologias de desenvolvimento de software, por meio da solução de desafios.
 
“A dojot é uma plataforma habilitadora, capaz de acelerar o desenvolvimento de aplicações IoT adequadas à realidade brasileira, em diversas áreas, e com suporte local”, afirma Sebastião Sahão Júnior, presidente do CPqD. Para incentivar sua adoção por empresas, startups e outras instituições interessadas em desenvolver essas aplicações, a plataforma foi construída com base em ferramentas open source e possui código aberto.
 
“Com isso, a intenção é estimular a inovação aberta e facilitar a construção de um ecossistema voltado à oferta de soluções de Internet das Coisas no país”, acrescenta Alberto Paradisi, vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento do CPqD.
 
Interface gráfica e prototipação rápida
 
A base da plataforma dojot é o Fiware, projeto open source criado pela União Europeia, que vem sendo desenvolvido por uma comunidade independente global. O Fiware é um framework que consiste em um conjunto de ferramentas e componentes disponíveis para uso - que, no entanto, necessitam de conhecimento para serem utilizados. O CPqD estudou e avaliou esses componentes e os consolidou em uma plataforma, à qual agregou diversos recursos tecnológicos visando melhorar a segurança, a usabilidade, a robustez e o desempenho das aplicações - que deverão funcionar em ambientes críticos, como cidades inteligentes, por exemplo.
 
Leonardo Mariote, diretor da área de Conectividade do CPqD

A dojot possui arquitetura baseada em microsserviços e inclui, entre outros recursos, um painel de controle com interface gráfica web, API (Application Programing Interface) única e aberta, para acesso aos serviços, e segurança fim a fim - que envolve a autenticação dos devices e das aplicações na plataforma, a gestão de identidade e criptografia - com garantia de privacidade das informações. “Segurança e privacidade dos dados são, atualmente, preocupações importantes no universo da Internet das Coisas”, enfatiza Leonardo Mariote, diretor da área de Conectividade do CPqD.
 
A plataforma oferece ainda serviços para tratamento de dados, estruturados e não estruturados, em grande volume (Big Data), componentes para análise de serviços em tempo real e para gestão de dispositivos, mecanismos para implementar algoritmos de machine learning - o que permite fazer previsões com base em histórico e em dados reais - e suporte aos protocolos MQTT, HTTPs e CoAP, utilizados em boa parte das aplicações IoT disponíveis no mercado.
 
“Um dos diferenciais da dojot é o recurso de prototipação rápida, que permite gerar, em cerca de meia hora, um produto mínimo viável (MVP) a partir do qual é possível validar o conceito junto ao cliente, antes de desenvolver a aplicação”, destaca Mariote. Essa função está disponível na interface gráfica do painel de controle, um ambiente amigável e integrado que facilita o uso da plataforma. “Nesse ambiente o usuário também pode criar dispositivos IoT físicos e virtuais, gerenciar fluxos e as aplicações”, acrescenta. Mariote ressalta ainda outro diferencial importante da dojot: a arquitetura adequada à implantação em ambiente de nuvem.
 
O desenvolvimento da plataforma dojot faz parte de um projeto mais amplo, financiado pelo FUNTTEL (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e Finep, que vem sendo conduzido pelo CPqD em parceria com outras instituições de ciência e tecnologia brasileiras.
 
Parcerias em andamento
 
Várias empresas já estão adotando essa plataforma, que oferece recursos para o  desenvolvimento mais fácil e rápido de soluções customizadas para diversos ambientes.
 
É o caso da Taggen, empresa especializada em projetos e soluções de Internet das Coisas que, em parceria com o CPqD, desenvolveu o primeiro beacon Bluetooth Low Energy (BLE) com tecnologia 100% brasileira. “O principal benefício da plataforma dojot é a aceleração do processo de desenvolvimento de aplicações, que certamente ajudará na implantação do conceito de IoT no país”, afirma Werter Padilha, CEO da Taggen. “Ao mesmo tempo, por ser uma plataforma aberta, deverá se transformar na base para a criação de um ecossistema de desenvolvedores, empresas e instituições na área de Internet das Coisas”.
 
Outro parceiro interessado na nova plataforma é a Exati Tecnologia, de Curitiba, com a qual o CPqD (como Unidade EMBRAPII) desenvolveu um projeto para cidades inteligentes baseado em dispositivo de telegestão para sistemas de iluminação pública - que poderá ser usado também em outros serviços. “A integração da plataforma dojot à nossa solução deverá facilitar o desenvolvimento de novas aplicações IoT para cidades inteligentes, utilizando o mesmo hardware”, explica Dênis Weis Naressi, CEO da Exati.
 
Para Maximiliano Martinhão, secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o desenvolvimento dessa plataforma de código aberto - que contou com o apoio de recursos do FUNTTEL/Finep - terá um papel fundamental na implantação do Plano Nacional de IoT, a ser adotado no país. “Essa plataforma vai alavancar a criação de aplicações de Internet das Coisas com características adequadas ao Brasil, especialmente nas áreas priorizadas no Plano Nacional de IoT”, destaca Martinhão. “Com isso, estaremos estimulando a formação de um ecossistema para o desenvolvimento da IoT no país”.
 
Os interessados em desenvolver aplicações IoT utilizando essa plataforma já podem obter seu código pelo portal dojot na internet - endereço www.dojot.com.br. O site também fornece a documentação sobre como utilizar os componentes, a interface, etc. e traz vídeos explicativos (tutoriais).