24/04/2018
Por Alexandre Moreno, diretor de serviços do Mercado Eletrônico
A transformação digital comanda uma nova revolução industrial. Cada vez mais, vemos as tecnologias consideradas 4.0 abrindo um novo leque de oportunidades para as empresas. O uso de big data, analytics, machine learning, business intelligence e cloud computing leva inovação para produtos e serviços, possibilita novos modelos de negócio, digitaliza processos e soluciona antigos problemas.
A mudança, no entanto, ainda caminha a passos lentos. É o que mostra o estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) “Oportunidades para Indústria 4.0: aspectos da demanda e oferta no Brasil”. O documento cruzou dados de produtividade, exportação e taxa de inovação de diversos setores industriais brasileiros e os comparou com o desempenho das 30 maiores economias do mundo, que juntas representam 86% do PIB mundial.
A pesquisa mostrou que 14 dos 24 setores da indústria do país precisam adotar com urgência estratégias de digitalização para se tornarem internacionalmente competitivos. Ainda segundo o estudo, esse esforço em direção ao avanço tecnológico impacta diretamente na produtividade dos negócios.
Enquanto as indústrias tentam evoluir nesse sentido, aumenta o número de empresas que prometem oferecer determinadas tecnologias para facilitar processos e entregar resultados otimizados. O machine learning, por exemplo, reduz o tempo necessário para criar prognósticos precisos e confiáveis. Apesar do impacto significativo na capacidade de planejamento das organizações e de seus recursos, essa meta é difícil de ser alcançada pois a velocidade e o grau de evolução dependem da adaptação da empresa e de cada setor.
A quarta geração das aquisições
No setor de aquisições, tecnologias que antes pareciam abstratas já são adotadas, ainda que com parcimônia. Com isso, foi inaugurada a era das Compras 4.0, um período que une estratégia à tecnologia para potencializar as compras corporativas e fazer valer a máxima de que cada real economizado em compras representa um real de lucro.
O momento é decisivo para muitas organizações: De um lado, vemos as indústrias que precisam escolher e implementar as novas tecnologias. De outro, os fornecedores precisam dominar a modernização e adaptá-la para seus clientes.
A automação é essencial, porém a maturidade da área e o bom planejamento fará toda diferença: na busca por competitividade, apenas o investimento em tecnologias não é mais suficiente. As empresas devem ter em mente que pessoas qualificadas na gestão garantem que a tecnologia seja aproveitada da melhor maneira para que os colaboradores não se dediquem mais a tarefas rotineiras.
Por fim, as organizações também devem considerar a forma como a abordagem digital altera, não apenas a forma como funcionam, mas a proposta de valor da aquisição para fornecedores, clientes e parceiros de processos internos.
Já que o novo panorama que se está delineando é de forte incremento de automação de processos, incluindo negociações e profissionais mais focados em estratégias, contratar serviços e soluções externas será cada vez mais importante e desafiador.
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software.