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Como superar a complexidade em um futuro cada vez mais orientado às Nuvens

16/10/2019


Por Michael Allen*

Vamos direto ao ponto: o mundo está cada vez mais digital e nada sugere que estamos perto de frear esse movimento. Afinal de contas, à medida que os consumidores recorrem mais a canais on-line e móveis, mais a economia global de hoje torna-se dependente da tecnologia. Não por acaso, pesquisas do Gartner preveem que, em 2020, mais de 40% das receitas corporativas virão de negócios digitais.

Dessa forma, conforme os dispositivos se tornam mais avançados e inovadores, os consumidores também passam a esperar e exigir experiências digitais novas e excitantes das companhias. Como resultado, isso coloca as empresas sob pressão, exigindo que as equipes encontrem maneiras de impulsionar a transformação digital de forma mais rápida e para inovar com mais regularidade – sem, com isso, sacrificar a qualidade.

Neste cenário, os usuários esperam que o software oferecido funcione perfeitamente em todas as ocasiões. Ainda mais hoje em dia, em um mundo de declínio da fidelidade à marca, quando uma experiência digital ruim pode corroer rapidamente a receita de uma operação. Isso cria um enigma para os líderes de TI: como alcançar a agilidade que o negócio requer, sem arriscar tudo no processo?

A ascensão da Computação em Nuvem

Em busca de solucionar esse desafio, as organizações estão migrando suas infraestruturas e serviços para ambientes em Nuvem, aproveitando a agilidade e a estabilidade que este tipo de tecnologia oferece. Empresas que atuam no modelo de SaaS (Software como Serviço) começaram a mudança em 1999 e impulsionaram novas companhias que passaram a oferecer IaaS (Infraestrutura como Serviço). Agora, mais recentemente, muitas companhias começaram a reestruturar aplicações usando arquiteturas nativas em Nuvem, como microsserviços e contêineres dinâmicos, para permitir que eles funcionem perfeitamente na era digital, criando níveis ainda maiores de agilidade.

Por conta deste avanço rápido no mercado, o cenário de TI corporativa atual é quase irreconhecível até mesmo quando comparado com a realidade vista poucos anos atrás. A explosão de serviços em Nuvem a partir de uma infinidade de provedores deu às organizações a oportunidade de criar os melhores ecossistemas de TI para seus requisitos exclusivos, em vez de usar uma solução fixa e fechada de um único fornecedor.

Como resultado, as empresas estão tendo que lidar com ambientes cada dia mais complexos, com múltiplas e Híbridas soluções baseadas no modelo Cloud. Os modernos ambientes de TI abrangem uma vasta gama de plataformas e serviços em Nuvem, incluindo recursos de provedores e tecnologias que vão da AWS, OpenStack e Azure, ao Docker, Kubernetes e OpenShift, sem mencionar a variedade de aplicações SaaS que agora são amplamente implementados na maioria das organizações.

O enigma da complexidade

No entanto, além de proporcionar a agilidade de que as empresas digitais modernas precisam para ter sucesso, esses novos ambientes em Nuvem estão gerando uma enorme complexidade, tornando quase impossível para que as equipes de TI possam gerenciar a experiência do usuário e otimizar a performance digital com eficiência. Uma pesquisa recente da Dynatrace, por exemplo, descobriu que o número médio de aplicações atingidas por uma única transação móvel ou na Web aumentou de 22 para 35 nos últimos cinco anos. Com a adoção de conceitos como microsserviços dinâmicos, contêineres e ecossistemas híbridos multicloud, está muito mais difícil acompanhar o que está sendo executado e como os ambientes estão se comportando.

Hoje, há literalmente bilhões de interdependências extremamente complexas entre os componentes que compõem os serviços digitais. Isso cria um número quase infinito de fatores que podem afetar a experiência do usuário. Como resultado, tornou-se mais difícil do que nunca garantir que a performance não será uma questão capaz de impedir que os cliques dos clientes se convertam em receita para os negócios.

Até porque não se trata apenas de faturamento, mas também de reputação. Na economia digital conectada e ultracompetitiva de hoje, cada cliente conta, e uma experiência negativa pode ter um impacto incalculável na imagem de uma empresa. As organizações, portanto, precisam capturar informações para cada usuário, em todos os dispositivos, para garantir que todos os clientes recebam o tratamento VIP que procuram. As abordagens tradicionais de monitoramento de performance são simplesmente incapazes de fornecer esse nível de visibilidade, tendo sido projetadas para ambientes estáticos que evoluíram lentamente ao longo do tempo.

Das névoas da gestão de performance ao sucesso nas ações nativas em Nuvem

As organizações, portanto, precisam adotar novas abordagens de monitoramento de performance e gerenciamento de experiência do usuário para ter sucesso no mundo em Nuvem. O primeiro passo é consolidar e unificar as múltiplas soluções de monitoramento que foram sendo acumuladas organicamente em cada um de seus departamentos de TI nos últimos anos. Painéis separados, que monitoram de forma única um ambiente em Nuvem pode ser incrivelmente caro, sem mencionar que fornecem uma visão fragmentada da experiência gerada. Ter visibilidade de ponta a ponta, com uma solução completa, é essencial para minimizar o custo total de propriedade (TCO) e fornecer uma visão holística da experiência e da performance digital em toda a empresa.

Também é imperativo evitar apenas colocar mais "dados sobre a mesa". As equipes de TI não precisam de mais painéis para vasculhar, gastando tempo e esforço para configurá-los e monitorá-los manualmente. Elas só precisam de respostas e insights instantâneos sobre onde podem otimizar as experiências do usuário para maximizar as conversões. Elas precisam de recursos para identificar instantaneamente a origem exata de quaisquer problemas de performance e sugerir soluções, em vez de apenas levantar mais questões. Para isso, a Inteligência Artificial e a automação estão se tornando essenciais para o gerenciamento de performance, permitindo que as equipes de TI avaliem automaticamente e em tempo real todo seu ecossistema de TI, analisando as dependências entre componentes de infraestrutura e aplicações.

Em um futuro progressivamente centralizado em Nuvem, aqueles que não conseguirem adaptar sua abordagem ao gerenciamento de performance digital ficarão cada vez mais confusos com dados de monitoramento que, no fim, fornecem uma visão fragmentada e desatualizada da experiência do usuário. Abraçando as abordagens de próxima geração, com a Inteligência Artificial e Automação, os líderes brasileiros terão em suas mãos a chave do sucesso para alcançar o máximo da inovação e da oferta de experiências digitais perfeitas.

Michael Allen* é VP Worldwide Partners da Dynatrace

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software