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Como as empresas devem se preparar para a retomada das atividades?

Na abertura do webcast “Como as empresas devem se equipar para os novos tempos: Gestão da crise, retomada e questões trabalhistas”, realizado no dia 14/04 pela ABES em parceria com a KPMG, Rodolfo Fücher, presidente da ABES, falou sobre a quarta revolução industrial e a importância de, no atual contexto da pandemia, olhar um pouquinho para nossa história e ver como os conflitos impulsionaram a inovação, entre elas a expansão da fabricação e uso de aviões em larga escala, o desenvolvimento dos componentes eletrônicos até a criação de alimentos fáceis de cozinhar, como o macarrão instantâneo. “O que vemos é que os desafios ao longo da história trazem alguns benefícios e a atual guerra que vivemos com esta pandemia já tem estimulado a transformação digital. A indústria de software tem feito um ótimo papel e sustentado a continuidade dos serviços no meio dessa tempestade, permitindo a realização dos webinares, a abertura de contas bancárias, a educação à distância, entre outras atividades”.
 
Rodolfo lembrou ainda a importância do Brasil, que está posicionado entre os principais mercados de TIC e Serviços do mundo, tem mais de 140 milhões de usuários de internet e uma população conectada nas redes sociais. Apesar dos dados atuais e do potencial de expansão, o executivo lembrou que o setor de software é formado por muitas micro e pequenas empresas, que precisam lidar com os impactos da Covid-19 nos negócios, com o aumento da inadimplência, a queda no número de novos clientes, somado ao peso representado pelos custos tributários sobre a folha de pagamento.    

Importância da comunicação

A respeito dos diferentes efeitos da crise e como as empresas devem se equipar, André Coutinho, sócio líder de mercado da KPMG na América do Sul e Brasil, destacou que temos um cenário marcado pela imprevisibilidade e preocupação, sendo que os empresários deverão ter cuidado com a retomada, um processo que requer planejamento. O executivo destacou a importância dos comitês de crise nas emrpesas e do investimento na comunicação com o mercado e os colaboradores. Faça aqui o download da apresentação realizada pela KPMG.

Para a KPMG, os setores mais impactados pela pandemia têm sido os de viagens e turismo, entretenimento, o varejo tradicional, bem como o automotivo e alguns segmentos do setor imobiliário. Os setores industriais têm grandes desafios em função dos efeitos na cadeia de suprimentos e as restrições à presença de funcionários nas linhas de produção. Nesta atual fase, são muito importantes as iniciativas que ajudem a manter os fluxos de caixa, reduzir custos, promover o trabalho remoto, transformar os modelos de negócios para serviços online e buscar alternativas de suprimentos e operação. “A adoção destas medidas também visa evitar ao máximo as demissões, em especial nos setores mais impactados”, ressaltou.

Diferentes padrões de retomada

Na sequência, Dustin Pozzetti, sócio-líder de Technology, Media & Telecom na KPMG, destacou que este tem sido um período de grande aprendizado. De acordo com o executivo, a retomada da crise pode seguir quatro possíveis padrões de retomada: 1) Crescimento: setores como o de varejo on-line e desenvolvimento de software para comunicação à distância que estão crescendo e vão continuar a crescer, com capacidade maior de resiliência.  Ele citou o exemplo da Amazon que anunciou a contratação de 100 mil pessoas; 2) volta ao normal em alguns setores após a queda dos negócios em função do distanciamento social. Eles tendem a se recuperar mais rapidamente, como os serviços financeiros; 3) setores que precisarão se transformar para emergir da crise, como os de turismo e lazer e o de óleo & gás; 4) Reinício: para setores que,  para se recuperarem da COVID-19, precisarão se reinventar, pois a demanda continuará baixa após a pandemia, com capital insuficiente para evitar uma recessão prolongada, como o de esportes e aviação. Pozzetti lembrou que sofrerão mais as empresas de software que estejam verticalizadas, ou seja, com negócios concentrados em algum destes setores que terão uma retomada mais difícil. 

Empresas de software

Felipe Catharino, sócio-diretor líder do segmento de Technology & Software da KPMG no Brasil, que os clientes das empresas de software estão passando por profundas mudanças nas prioridades, que pode afetar a prestação de serviços, ou seja, a mudança de planos é um importante desafio a ser enfrentado.  Ele explicou que o comportamento da retomada vai variar de acordo com o segmento que a empresa de software atua: desenvolvimento; distribuição e serviços; segurança e plataformas. Os serviços relacionados à manutenção de infraestrutura tecnológica, por exemplo, poderão ser bastante demandados neste período, mas novos projetos podem ser postergados. “De qualquer forma, as empresas de software e de tecnologia nunca foram tão fundamentais”, destacou. O executivo pontuou ainda que o mercado vive uma tendência de maior oferta de aplicativos e plataformas sem custo para clientes (fremium). Por outro lado, será um desafio converter essas pessoas e empresas que experimentaram os recursos gratuitamente em clientes pagantes.

Medidas do governo federal

No que se refere ao gerenciamento da crise e implementação de um plano de retomada de negócios, Luis Navarro, sócio-diretor de Gestão de Riscos da KPMG no Brasil, disse que as empresas não estavam necessariamente preparadas para lidar com uma crise desta magnitude e, pensando que as crises podem voltar a ocorrer, as organizações precisam avaliar algumas dimensões do negócio: os padrões de governança; a atuação das lideranças; a infraestrutura; a tecnologia; a comunicação; a pessoas; e o gerenciamento de riscos e crises. 

Valter Shimidu, sócio da área Trabalhista e Previdenciária da KPMG no Brasil, finalizou o webcast e falou sobre as alternativas para reduzir o custo com a folha de pagamento. Ele comentou vê uma real preocupação dos empresários em evitar a demissão de pessoal; e destacou também a importância da flexibilização das relações trabalhistas e previdenciárias, inclusive para a implementação do teletrabalho rapidamente, sem ter empecilhos jurídicos envolvidos. Dentro as medidas anunciadas pelo governo federal que ajudam no fluxo de caixa, Shimidu citou a postergação do recolhimento do INSS devido nos meses de Março e Abril para recolhimento em Agosto e Outubro; a redução de 50% da alíquota do sistema S; e a postergação dos pagamentos do FGTS referentes aos meses de Março, Abril e Maio para Julho, com possibilidade de pagamento do valor em 6 parcelas.

Assista ao vídeo do webcast no canal da ABES no YouTube.
Faça aqui o download da apresentação realizada pela KPMG.