28/10/2019
Por Edna Massuda*
O setor de Saúde é um dos que mais necessita dos dados pessoais e do histórico de seus clientes para oferecer um serviço completo. Desde exames de rotinas a check-ups complexos, as informações dos pacientes são fundamentais para a chegada a um diagnóstico preciso e definição do tratamento mais adequado.
Como os dados são delicados, fica fácil entender porque os profissionais da área se preocupam tanto com a segurança das informações. Nesse setor, basta um leve descuido para que um vazamento exponha as particularidades de um paciente. Um projeto aprovado recentemente pode representar um ganho para o healthcare. A Lei Geral de Privacidade dos Dados regulamenta a utilização, proteção e transferência dos dados de pessoas no País, garantindo maior controle da utilização dessas informações.
Porém, mesmo amparado pela lei, dúvidas sobre como aumentar a produtividade utilizando a tecnologia de maneira favorável ainda podem surgir. É possível controlar o acesso e a virtualização das aplicações na ponta, garantindo segurança independentemente dos dispositivos que os profissionais estiverem usando.
Para isso, uma das soluções é implementar o smart card, um cartão inteligente que possibilita o acesso dos profissionais às informações médicas com base na identificação pessoal. O procedimento pode ser feito nos dispositivos móveis dos próprios usuários e também nos devices da instituição, fornecendo acessos controlados e individuais. Desta forma, hospitais e clínicas protegem a intimidade de pacientes, evitando, por exemplo, o vazamento de fotos de vítimas de acidentes ao bloquear a câmera dos smartphones quando os profissionais estiverem em perímetros sigilosos, além de ajudar as instituições a se resguardarem de práticas condenáveis, como a utilização de perfis de médicos por enfermeiras.
Com o uso desses crachás, os hospitais e consultórios ganham também um aumento na produtividade, eliminando o gap de um profissional que precisa acessar ao sistema muitas vezes ao dia. Imagine quanto tempo cada funcionário conseguirá economizar sem a necessidade de digitar login e senha toda vez que for acessá-lo. Considere ainda que muitos trabalham em vários hospitais e não conseguem memorizar todas as chaves de acesso.
A tecnologia também entra em discussão quando o assunto é agilizar o atendimento, pois o tempo perdido para buscar os exames e históricos pode custar a vida do paciente. Hoje, ao visitar o paciente em um leito, é necessário buscar as informações em um desktop e decorá-las até chegar ao quarto. Se o médico escolhe anotar, passa a depender de um papel colado na cama e que pode estar desatualizado ou com uma letra incompreensível. Os celulares e tablets, por sua vez, permitem aos médicos e enfermeiros atenderem ao paciente de forma padronizada e mais humanizada, com todas as informações em mãos.
A TI também pode auxiliar no controle dos medicamentos, equipamentos e utensílios. Desta forma, sempre que for preciso retirar do estoque algum remédio, o profissional responsável o escaneia antes de aplicá-lo, garantindo que o medicamento está adequado. Atualmente, essa operação é muito manual e dependente de papeis e etiquetas, impondo ao profissional a conferência da receita médica, do remédio e da pulseira do paciente. Nesta confusão de informações, ele fica mais sujeito a erros.
O uso dessa tecnologia também ajuda a evitar perdas ou roubos de insumos. Caso um funcionário leve dois cateteres da farmácia e utilize apenas um, é possível rastrear toda a jornada deste instrumento e atribuir deveres aos responsáveis por eles.
Estas soluções já começam a ser vistas no Brasil, mas ainda são movimentos tímidos e isolados. Para que a área médica e hospitalar não permaneça na inércia e no atraso, é preciso haver uma releitura de seus processos, buscando soluções mais modernas e tecnológicas. Vivemos uma tendência do uso de dispositivos móveis e informações em tempo real, transformações que podem ajudar não só os pacientes, mas também médicos, enfermeiros e até os administradores das instituições. Por isso, não tenham medo do novo, ele pode salvar vidas!
*Edna Massuda, é diretora da área digital workspace da VMware América Latina
Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software