08/05/2015
Por Leonardo Carissimi, gerente sênior de Enterprise Services da Unisys para América Latina
Desde meados do ano passado já se projetava um 2015 com muitos desafios para o Brasil. Infelizmente, a cada semana essas projeções se provam mais corretas e o ano vai assumindo contornos realmente desafiadores. Uma das projeções antes consideradas exageradas, mas que agora está por confirmar-se é a da crise energética.
Aliás, podemos até entender que esta já começou. Afinal, a chamada crise energética não trata apenas de racionamento e falhas de fornecimento. Ela também diz respeito a um forte aumento das tarifas de energia, o que já se observa em boa parte do País.
Do ponto de vista da tecnologia da informação, devemos avaliar o impacto de custos mais altos da energia e de falhas no seu suprimento nos dois ambientes principais: no ambiente de Datacenter e no dos usuários internos das empresas.
No Datacenter, observa-se certa maturidade nas grandes empresas. Muitas já adotam soluções de economia de energia como o uso de equipamentos mais eficientes, virtualização de servidores, monitoração do consumo de energia, adoção de corredores quentes e frios etc. Também é comum ver-se contingências adequadas para cenários de falhas de energia como sistemas de fornecimento de energia ininterrupta (UPS), geradores, diferentes subestações e sites remotos.
De qualquer forma, é um bom momento para revisar a arquitetura do Datacenter (principalmente se ele já tem alguns anos) e das soluções nele hospedadas. Para revisar e testar os Planos de Continuidade e Recuperação de Desastres. E para considerar a migração de alguns ambientes para o modelo de computação em nuvem, que tem grande flexibilidade para adaptar-se a ciclos de demanda e, com isso, consumo menor.
Já o ambiente dos usuários corporativos é menos preparado para enfrentar energia mais cara e com falhas de suprimento, por uma série de razões. Assim, ele é mais vulnerável aos efeitos desta crise. Faz-se necessária uma solução que atenda aos usuários, ao menos os mais críticos, e que garanta que a operação do negócio não seja impactada. Afinal, para manter vendas e clientes satisfeitos, adianta ter o Datacenter protegido se os colaboradores-chave não podem acessá-lo?
Acredito que uma solução de "PC como Serviço" endereça o tema. Tal solução pode reduzir em até 90% o consumo de energia ao substituir um computador de mesa por um dispositivo leve como um notebook, thin client ou mesmo um tablet (e reduzir também no ar condicionado). E permite aos usuários acessar os sistemas críticos de qualquer lugar, com qualquer dispositivo móvel, mesmo se o escritório estiver indisponível (sem energia, sem água etc).
Apenas lembrando, o modelo de "PC como Serviço" tem por base a virtualização dos PCs, o que no mercado conhece-se há algum tempo como VDI (Virtual Desktop Infrastructure). No entanto, os fatores que impediram a adoção em larga escala do VDI no passado recente, tais como investimento pesado na infraestrutura de servidores e armazenamento, e complexidade de implementação e administração dos mesmos, agora já não são mais impeditivos. No modelo "como serviço", o investimento inicial é feito pelo provedor e o cliente efetua apenas os pagamentos mensais, conforme a quantidade de PCs contratada, equilibrando suas planilhas de Retorno de Investimento. E a administração da infraestrutura fica a cargo do provedor.
Além dos benefícios de redução do custo da energia e maior resiliência para a continuidade dos negócios, o modelo de PC como Serviço pode ainda agregar diversos outros benefícios, tais como:
• redução de custos com manutenção e atendimento on-site dos equipamentos;
• melhoria da padronização e conformidade do ambiente;
• facilidade no controle de licenças, atualização de patchs, distribuição de software e atualizações de antivírus;
• aumento da velocidade de implantação de projetos (principalmente aqueles sazonais e/ou cíclicos);
• aumento da segurança ao centralizar os dados dos usuários no Datacenter e, com isso, reduzir perda e roubo de informações armazenadas localmente;
• redução do custo de improdutividade decorrente da demora em consertar um computador do usuário; entre outros.
Enfim, apresenta-se como uma solução adequada ao momento - para a tecnologia da informação e para o negócio. Afinal, não apenas mitiga os riscos da crise energética como ainda traz outros benefícios e oportunidades. É uma ótima resposta para fazer mais do que apenas "manter as luzes acesas": diferenciar-se e ganhar mercado.