28/03/2016
Por Henry Manzano, CEO para a América Latina da Tata Consultancy Services (TCS)
A IoT com certeza vai revolucionar alguns mercados óbvios, como o de casas inteligentes, wearables e automotivo, onde já foi estrela na última CES. Mas setores mais low-profile, como o mercado financeiro também devem passar por grandes evoluções; algumas não vistas a olhos nus pelos consumidores, mas que causarão grande impacto na vida das pessoas.
E para quem ainda acredita que se trata de utopia, segundo a Harbor Research 65% dos aplicativos de IoT em produção hoje no mercado já geram receita para as empresas, percentual que deve chegar a 80% em 2018.
Voltando ao mercado financeiro, em pesquisa feita pela TCS – Tata Consultancy Services, as corporações desse segmento já reportaram um investimento de US$ 117,4 milhões, no ano passado, e planejam elevar o montante para US$ 153,5 milhões em 2018. O principal foco de investimentos em 2015 foi o monitoramento de produtos e serviços financeiros (responsável por 32% do budget). No entanto, quem deve virar a menina dos olhos da IoT para bancos será o monitoramento de clientes, que hoje é responsável por 30% da fatia, mas em 2020 deve crescer para 34%, segundo a pesquisa.
Entre as iniciativas mais populares da IoT estão os aplicativos móveis, com 65% de adesão nos bancos entrevistados pela TCS. Na outra ponta, engatinhando, porém a passos largos, estão os wearables, presentes em 16% das instituições financeiras.
Atualmente, os aplicativos de celulares dos bancos já mudaram a vida de muitos consumidores através das transações financeiras que são possíveis realizar como: pagamento de contas por meio de leitura de código de barra em um celular com NFC; fazer compras por meio de aproximação de um celular ou smartwatch - através das carteiras digitais acopladas nos dispositivos; uso de biometria, onde é possível sacar dinheiro e realizar outras transações financeiras com o reconhecimento da digital.
Em termos concretos, o foco da indústria nessas novas tecnologias deve misturar segmentos que antes pareciam ser água e óleo, como o de banking com o automobilístico. Já existem inúmeros projetos de mobile payment via “carro conectado”, por exemplo. De fato, a grande tese é que a Internet das Coisas vai na verdade se transformar no Banco das Coisas.
Ou seja, é o setor financeiro se infiltrando em todas as outras verticais. Pode não demorar muito para que o Dash Replenishment Service, serviço da Amazon que reabastece produtos conectados que precisam de suprimentos, tenha espaço para parceiros do segmento financeiro. Afinal, alguém precisa garantir a segurança nas transações financeiras. Prever o futuro é difícil, mas que os agentes do mercado financeiro vão ser protagonistas dele é certo.