28/02/2019
Um soldado está no meio da multidão em busca de um alvo específico. De repente ele olha para um ponto e consegue identificar com precisão o rosto da pessoa que ele procura. Esta é a possibilidade que está por trás da solução apresentada pela equipe “Thunder”, vencedora da Hackathon de Capacete Inteligente promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) durante a 12ª Campus Party, em São Paulo.
O objetivo do hackathon foi cumprido, segundo Cássio Rabelo, Analista da Coordenação de Desenvolvimento Tecnológico da ABDI, pois a Agência conseguiu obter subsídios para a inovação na indústria da defesa. “Estamos em processo de aquisição de um lote piloto de uniforme inteligente. E para a licitação necessitamos ter as especificações do uniforme: tipo de tecido, capacete, funcionalidades incorporadas. Então, um subsídio como esse do hackathon é importante para compor este mosaico que está em produção”, diz Rabelo.
Um capacete usado em canteiros de obra, um Raspberry Pi3, uma câmera, uma bateria e um aparelho periférico de aviso formam o protótipo que ficou com 78 pontos e o primeiro lugar. “São coisas ao alcance de todos, com a tecnologia que temos em mãos é possível montar uma solução como esta”, destacou Vinicius Figueiredo, integrante da “Thunder” e que estuda reconhecimento facial e Inteligência Artificial (IA) no mestrado em computação. Em 24 horas, o time treinou o sistema de IA para reconhecimento facial.
“Juntamos a expertise que temos e um pouco de hardware para poder embarcar a tecnologia no capacete e fazer funcionar. Colocamos nosso conhecimento acadêmico na prática e isso nos empolgou”, completa Figueiredo. Na apresentação aos três jurados do hackathon, a equipe mostrou o sistema em funcionamento. Cada pessoa que entrava no raio de visão da câmera acoplada ao capacete era identificada pelo software, ganhando uma numeração específica e um marcador ao redor do rosto. Além disso, aparecia a quantidade de pessoas presentes no quadro.
“Foi a melhor solução porque eles conseguiram aplicar IA e tornar isso uma ferramenta para o combatente”, justifica Victor Fragoso, Engenheiro Especialista em IoT. “Isso aqui é viável neste tempo que eu tenho? No que eu devo focar, no designer ou no software do negócio? O Thunder focou no que importava”, completa Fragoso, um dos jurados. “Eu gostei porque eles pegaram o capacete pronto e colocaram a tecnologia deles. É muito mais fácil de modelar. Algumas pessoas fizeram muita coisa em impressão 3D e produzir somente desta maneira não é viável. Você projetar um capacete é algo complexo”, analisou o Engenheiro Mecatrônico Diogo Lacerda, outro integrante da banca examinadora do hackathon da ABDI.
Além de Vinicius Figueiredo, integrou a equipe vencedora Vinicius Silva, engenheiro da computação e desenvolvedor, Rômulo Almeida, técnico em automação industrial e eletricista autônomo, e Renê Jerez, analista comercial. Eles subiram ao palco principal da Campus Party, junto às equipes Soldier 4.0, que ficou em segundo lugar no hackathon com 69 pontos, e Metadata, terceira colocada com 63 pontos. Para a classificação, foram avaliadas a criatividade, a viabilidade técnica e a execução dos projetos. Cada integrante destas equipes recebeu Kits Nerd ao Cubo e ingresso para a próxima Campus Party. Além disso, o primeiro lugar ganhou quatro vouchers de Cursos Impacta On line de R$ 900,00.