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BSA realiza levantamento sobre irregularidade de software nas empresas brasileiras

06/01/2020

Dados coletados pela associação em ações de repressão ao uso irregular de softwares mostra que há mais programas ilegais do que máquinas em alguns setores; prática resulta em indenização aos proprietários das ferramentas, entre outras consequências

A BSA | The Software Alliance, principal defensora global do setor de software perante governos e no mercado internacional, divulga os resultados de um levantamento realizado entre 2018 e 2019 sobre softwares irregulares encontrados em empresas dos segmentos de design, arquitetura e engenharia de todo o Brasil.

A associação analisou cerca de três mil máquinas, que foram vistoriadas judicialmente, e constatou um alto índice na utilização de software ilegal nas empresas brasileiras. Os dados têm origem em acordos resultantes de ações judiciais realizadas pela BSA.

Em algumas regiões do país, como sul e sudeste, foi constatada, inclusive, a existência de mais softwares ilegais do que computadores periciados, com diferentes versões de programas irregulares instalados nas máquinas. Um dos casos mais emblemáticos é o de uma empresa de construção da região sul, na qual foram encontrados 63 programas sem licença em 27 máquinas.

“Os resultados da pesquisa são impressionantes, pois mostram que mesmo companhias que trabalham com tecnologia e projetos ainda incorrem em práticas ilegais utilizando programas irregulares e violando a propriedade intelectual dos fabricantes de software. Esta prática resulta em um prejuízo relevante para as empresas, uma vez que além de pagar indenização aos proprietários dos softwares, terão que adquirir a licença”, diz o country manager da BSA no Brasil, Antônio Eduardo Mendes da Silva (Pitanga).

Apesar dos dados obtidos no levantamento, o atual cenário deve mudar nos próximos anos. Isso porque os profissionais têm se dado conta dos riscos para a companhia quando recorrem aos softwares irregulares. De acordo com outro estudo recente da BSA, 48% dos CIOs classificam o malware como uma das três principais razões para os executivos não utilizarem softwares não licenciados. Suas principais preocupações em relação a essas ameaças abrangem a perda de dados corporativos ou pessoais, a inatividade do sistema, interrupções da rede e o custo de desinfecção desses sistemas, o que acaba impactando toda a corporação e o seu desenvolvimento.


Software irregular

A irregularidade de software é a prática de reproduzir ilegalmente um programa de computador sem a autorização expressa do titular da obra e, consequentemente, sem a licença de uso, bem como os benefícios e o suporte da versão original.

“É fundamental esclarecer à sociedade os riscos de comprar um software ou aplicativo ilegal, porque, além da vulnerabilidade a vírus, em geral os softwares não recebem atualizações constantes, deixando o usuário suscetível a ataques, sequestro e roubo de dados”, explica Pitanga. Dependendo da finalidade da ferramenta, a falta de atualizações pode ser ainda mais nociva, como é o caso de engenharia.  “Hoje, existem soluções que podem se adequar às necessidades de cada companhia, incluindo alugar a licença do software por um período determinado”.

Uma das principais ameaças ao utilizar essas ferramentas sem autorização é que as máquinas ficam mais expostas a ataques cibernéticos. De acordo com o mesmo estudo da BSA, oito novas ameaças de malware aparecem a cada segundo todos os dias. Esses ataques também estão se tornando cada vez mais caros, uma vez que custam, em média, US$ 2,4 milhões para as companhias. Já as atividades relacionadas a malwares representam gastos de surpreendentes US$ 600 bilhões anuais – ou 0,8% do PIB global – para a economia mundial.

Cada infecção pode levar a um tempo de inatividade dispendioso, bem como à perda de produtividade e de oportunidades de negócios e custos adicionais de mão de obra de TI para ajudar a mitigar o ataque. Para complicar os esforços, essas ofensivas costumam ser difíceis de detectar e resolver. As organizações precisam, em média, de 243 dias para detectar um ataque e até 50 dias para solucioná-lo, informa o estudo.