Os números completos do estudo "2018 – Mercado Brasileiro de Software: Panorama e Tendências" foram divulgados nesta segunda-feira (20/08), durante a 8ª edição da ABES SOFTWARE CONFERENCE, em São Paulo (SP). Desenvolvido anualmente pela associação, o documento utiliza dados da IDC referentes ao último ano para fornecer um retrato do mercado de software a apresentar as principais tendências do setor.
O estudo completo está disponível aqui para download.
A abertura do evento foi realizada por Francisco Camargo, presidente executivo da entidade, na qual comentou sobre os impactos exponenciais do desenvolvimento tecnológico, apresentou a programação do dia e comentou sobre o crescimento da ABES. Apesar do ano ter tido um menor número de leis que afetam o setor de TIC e os negócios, Camargo ponderou que a insegurança jurídica no Brasil advém do excesso de regulamentação, burocratização e complexidade tributária.
Jorge Sukarie, presidente do Conselho da ABES, que apresentou o estudo aos presentes no evento da entidade, que reuniu alguns dos principais empresários e autoridades do setor, destacou que o Brasil segue na 9ª colocação no ranking mundial de softwares e serviços, com um mercado de US$ 18,6 bilhões (equivalente a cerca de 1,6% do total mundial, que girou em torno de US$ 1,14 bilhão em 2017). De acordo com os dados, o país está muito próximo do tamanho dos mercados de nações como Holanda e Itália, que ocupam as 10ª e 11ª posições, respectivamente, e pouco atrás da Austrália, 8ª colocada na lista. No geral, todos os indicadores brasileiros tiveram sutis aumentos de 2016 para 2017, como o total de empresas atuando no setor – que passou de 15.700 para 17.000.
"O ano de 2017 evidenciou uma retomada no crescimento do setor de TI no Brasil, após um 2016 difícil. Como já divulgamos na primeira prévia do estudo, os investimentos em Tecnologia da Informação no país cresceram 4,5% em relação ao ano anterior. Foi o ano do início da recuperação que esperamos continuar em 2018, com a retomada dos investimentos em tecnologia, que não podem mais ser postergados. ", afirma Jorge Sukarie, presidente do Conselho da ABES, que apresentou o estudo aos presentes no evento da entidade, que reuniu alguns dos principais empresários e autoridades do setor.
Outro dado interessante são as características das empresas brasileiras desenvolvedoras de software: 49,3% delas são consideradas micros (ou seja, com 10 funcionários ou menos), 46,2% pequenas (de 10 a 99 empregados), 4% médias (entre 100 e 500 trabalhadores) e apenas 0,5% grandes (acima de 500 funcionários). "Esses números ressaltam a importância da promoção de políticas de incentivo e fomento às pequenas e médias empresas, que são imprescindíveis para que o setor de software brasileiro avance e transforme o país digitalmente", completa Sukarie. Hoje, o setor de software representa 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.
Além de mapear todos os pontos relativos à realidade do mercado, o estudo também aponta as tendências para 2018. A projeção atual indica que o mercado brasileiro de tecnologia da informação crescerá 4,1% em 2018, seguindo tendências como o amadurecimento das tecnologias ligadas à Internet das Coisas – segundo o IDC, no próximo ano, o IoT movimentará US$ 8 bilhões no Brasil, sendo US$ 612 milhões no mercado doméstico, com 4% das residências já utilizando algum tipo de dispositivo conectado.
Outro movimento notado é a expansão do mercado de tablets e smartphones para o ramo corporativo (que, em 2018, terá um volume de vendas estimado em 3,5 milhões de unidades, ou pouco mais de US$ 1 bilhão no Brasil, representando 6% do total). Entre diferentes inovações mencionadas pelo estudo, que devem impulsionar a economia, estão Big Data/ Analytics, Cognitive/AI, cloud pública e multicloud, entre outras.
Faça aqui o donwload do estudo ABES/IDC.
Homenagens
Em uma quebra de protocolo após a última palestra, Fábio Rua homenageou Francisco Camargo com a Comenda dos Embaixadores do Movimento Brasil País Digital, honraria oferecida pelo Movimento
Brasil País Digital, uma inciativa multissetorial, sem fins lucrativos, liderado pela ABES que busca informar o público em geral sobre de transformação digital, uso de dados e segurança cibernética.
Em diversos momentos da agenda de apresentações foram saudados os 32 anos da ABES e os avanços desse período. Em 1986, a entidade foi fundada com 18 associados e hoje representa mais de 2 mil empresas, de todos os portes e espalhadas por todas as regiões do país, em 23 Estados da federação. "Nessas três décadas presenciamos uma verdadeira revolução. Hoje um dentista possui mais tecnologia que empresas inteiras, utilizando recursos que vão desde o uso de scanners tridimensionais até impressoras 3D. Nos próximos anos, esses avanços serão ainda mais notórios e velozes, por isso é fundamental que o setor conte com Segurança Jurídica e Tributária, um ambiente aberto ao desenvolvimento da inovação e do empreendedorismo no Brasil. "
Software hoje é infraestrutura e como tal deve ser considerado, essencial para o futuro do país", finalizou Francisco Camargo.
Sobre a 8ª edição da ABES SOFTWARE CONFERENCE e o Seminário "Brasil 2022 –Independência (Digital) ou Morte (Competitiva)?
Este ano, a conferência teve como tema central “Transformação Digital do Brasil e as Políticas Públicas”, e contou com mais de 20 palestrantes e painelistas de altíssimo nível, salas para rodadas de negócios e área para exposição de empresas. O evento contou com o patrocínio platinum da IBM; AssinaForte, Intel e EMX Tecnologia, como patrocinadoras premium; Caesbra Benefícios e Microsoft, patrocinadoras gold; e Totvs, patrocinadora silver. Parceiros e apoiadores: Finep, INPI e BNDES; ACATE – Associação Catarinense das Empresas de Tecnologia; ASSESPRO – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação; BRASSCOM - Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação; FENAINFO – Federação Nacional das Empresas de Informática, e SOFTEX – Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro.
O evento foi seguido do Seminário "Brasil 2022 – Independência (Digital) ou Morte (Competitiva)?, no qual foi apresentado um estudo que lista prioridade e políticas públicas sugeridas para que o Brasil atinja sua "Independência Digital" já em 2022, ano que marca os 200 anos da Independência do Brasil. Realizado em função do ano eleitoral, o documento foi elaborado pelo Think Tank Brasil 2022, composto por alguns dos mais influentes nomes do setor de TI.
Em função desta conjuntura, todos os presidenciáveis foram convidados para apresentarem seus planos na área de transformação digital e receberam uma cópia do estudo como sugestões do setor de TI para o desenvolvimento social e econômico do país. Compareceram ao seminário Henrique Meirelles (MDB), João Amoêdo (Novo), José Maria Eymael (DC) e Kátia Abreu (PDT – vice de Ciro Gomes).