20/02/2020
O presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou, na terça-feira (18/02), decreto de criação do programa Brasil Mais. Coordenado pelo Ministério da Economia, o Brasil Mais será gerido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e executado pelo
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e pelo Serviço Brasileiro de Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O Brasil Mais tem o objetivo de aumentar a eficiência das empresas e ampliar a produtividade do setor produtivo e a competitividade do país, em uma jornada de transformação digital. A meta é atender 200 mil micro, pequenos e médios empreendimentos da indústria, comércio e serviços de todo o território nacional, até 2022. O programa reúne metodologias e ferramentas de baixo custo voltadas para melhorar a capacidade de gestão e de produção, para reduzir desperdício e aprimorar processos, em um cenário de transformação digital.
“O Brasil Mais tem como principal objetivo apoiar empresas da indústria, comércio e serviços, de todo o território nacional, para que elas consigam obter ganhos na produtividade e se tornem mais competitivas”, afirmou o presidente da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. “Acreditamos que o programa estimulará o aumento dos investimentos necessários à tão desejada retomada do desenvolvimento econômico e social do país, viabilizando a geração de mais e melhores empregos para os brasileiros.”
O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, afirmou que “o programa Brasil Mais foi desenhado, em parceria e usando a experiência e estrutura do SENAI, Sebrae e ABDI, para promover uma grande transformação no tecido produtivo brasileiro, a partir do desenvolvimento das capacidades gerenciais mais críticas para ganhos de produtividade”.
AVALIAÇÃO – Para participar do programa, as empresas devem se cadastrar por meio do portal
gov.br/brasilmais, responder a um questionário para avaliar o grau de maturidade, de produtividade e de gestão. Depois dessa etapa, a companhia será encaminhada para o atendimento assistido de um dos parceiros do Brasil Mais: Sebrae ou SENAI.
“Ao promover a melhoria de processos produtivos e de gestão, o Brasil Mais vai contribuir para iniciar a jornada de transformação digital do setor produtivo, favorecendo o aumento de produtividade das empresas e a competitividade do país”, disse o presidente da ABDI, Igor Calvet. A ABDI terá a missão de administrar a plataforma do programa e realizar a gestão de dados, “o que contribuirá para o monitoramento dos resultados do programa e a formulação de ações futuras voltadas para micro, pequenas e médias empresas”, segundo Calvet.
De acordo com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, “o aumento da produtividade brasileira passa necessariamente pela micro e pequena empresa, que representa 99% dos negócios do país. Acreditamos que o Brasil Mais será a porta de entrada para disseminar melhorias gerenciais e inovações tecnológicas de modo a aumentar a participação dos pequenos negócios no PIB, de 27% para 40% na próxima década”.
HUB – Parceiros estratégicos da iniciativa, SENAI e Sebrae serão responsáveis pelos atendimentos às empresas e pela aplicação das metodologias, divididas em dois eixos: Melhores Práticas Produtivas (SENAI) e Melhores Práticas Gerenciais (Sebrae).
O SENAI contribuirá para a melhoria de processos produtivos dos clientes de indústrias. A instituição atenderá estabelecimentos que variam de 11 a 499 funcionários. Fará a capacitação profissional, promovendo o aprendizado coletivo em grupos de seis a oito empresas, e conduzirá consultorias especializadas em práticas e tecnologias que potencializem os resultados da produção, com base nas metodologias de manufatura enxuta. Serão 1,3 mil consultores atuando em todo território nacional, além de professores e tutores dos cursos de capacitação, online e presenciais, e equipes de suporte.
O Sebrae atenderá micro e pequenas empresas, prioritariamente, de comércio e serviços. O órgão vai oferecer orientação técnica e consultorias individuais, para que os clientes aperfeiçoem habilidades e práticas gerenciais. Após um diagnóstico aprofundado da gestão da firma, será desenhado um plano de ação customizado contemplando um pacote de consultorias especializadas em gestão e inovação para cada empresa assistida pelo Brasil Mais. O parceiro disponibilizará 1,1 mil Agentes Locais de Inovação (ALI) em parceria com o CNPq, que terão a função de acompanhar as empresas de forma individualizada, além de centenas de consultores que realizarão atendimentos especializados. As micro e pequenas empresas que optarem por esse eixo deverão possuir receita bruta de até R$ 4,8 milhões.
ETAPAS – A primeira etapa dessa jornada do programa Brasil Mais é a otimização. O objetivo é que as empresas atendidas consigam reduzir desperdícios, aumentar a produtividade e melhorar processos e custos. A partir da intervenção, espera-se que as empresas adotem uma gestão baseada em indicadores e, assim, melhorem seu posicionamento no mercado e aumentem suas vendas. Para isso, a iniciativa capacitará os clientes e fornecerá agentes locais de inovação que farão acompanhamento técnico e ajudarão os empreendedores na escolha de melhores práticas produtivas e gerenciais.
Batizada de transformação digital, a segunda etapa tem como objetivo o suporte às empresas, para aperfeiçoar processos produtivos e gerenciais a partir da adoção de tecnologias digitais adequadas à realidade dos empreendimentos. Por fim, para as empresas que tiverem maturidade avançada, o programa prevê uma terceira fase dedicada a acelerar a adoção de tecnologias de Indústria 4.0. Para essa última fase, em 2020, serão realizados projetos pilotos com o objetivo de testar a metodologia proposta. Após a validação desse processo, o método será aplicado em um número maior de empresas.
A iniciativa vai oferecer, além dos atendimentos e orientações, conteúdo digital composto por Manuais de Melhores Práticas Produtivas e Gerenciais, podcasts, e-books, acesso a links de cursos de capacitação e até ferramentas de autodiagnóstico, que auxiliam gestores a compreenderem a maturidade das empresas segundo um modo de produção, gerência e adoção de ferramentas digitais.
ATENDIMENTOS – O Brasil Mais vai atender indústria, comércio e serviços. A parte dos atendimentos assistidos das empresas deve durar de três a seis meses. Os parceiros estratégicos custearão o programa junto com as empresas. Na fase 1 do eixo de Melhores Práticas Produtivas, as empresas pagarão uma taxa de R$ 2,4 mil, que é o custo de 16 horas de consultoria individual. Na fase da digitalização, a contrapartida das empresas será de R$ 6 mil, correspondentes a 40 horas de consultorias oferecidas pelo SENAI, acrescidos dos custos dos sensores e do sistema de monitoramento on-line, a ser definido. No eixo de Melhores Práticas Gerenciais, o atendimento, prestado pelo Sebrae, terá como contrapartida das empresas cerca de R$ 1.200, podendo variar de acordo com o tipo de consultoria necessário para cada empresa.
O objetivo é que, com a melhoria dos processos de gerenciamento e produção, as empresas atendidas recuperem o valor investido em poucos meses.
O programa Brasil Mais será executado até dezembro de 2022. Os resultados do projeto e suas vantagens continuarão a produzir benefícios às empresas atendidas. Como legado do programa, espera-se que os empresários aprimorem sua visão sobre a liderança, a gestão e os processos produtivos de sua empresa, além de melhorar a capacidade de planejar nos curto e longo prazos, identificar oportunidades de investimentos e adotar uma cultura de melhoria contínua.