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Bons resultados da virtualização das atividades corporativas dependem de compliance, confiança e tecnologias

28/07/2020




No webinar ABES NOVOS TEMPOS "A virtualização das atividades corporativas sob os aspectos de Compliance", realizado pela ABES no dia 22 de julho, ocorreu um importante debate sobre a transformação digital, mudanças nos ambientes corporativos e como evitar a judicialização de processos em áreas como proteção de dados e relações trabalhistas. O evento foi aberto por Anselmo Gentile, diretor executivo da associação, que deu as boas-vindas aos palestrantes e participantes.

Carolina Marzano, Compliance Officer da ABES, foi a moderadora do webinar e ela lembrou que a entidade foi uma das primeiras a implantar um programa de Compliance. Carolina falou ainda da iniciativa Uma Empresa Ética, que tem “como prioridade conscientizar os associados e o mercado como um todo sobre a importância da implementação de um programa de ética e integridade, e do respeito às leis vigentes no Brasil e no mundo”.

Os palestrantes compartilharam suas experiências sobre as adequações que foram necessárias na rotina de trabalho, diante dos desafios gerados pela pandemia, como está ocorrendo a retomada gradativa da atividade presencial e as mudanças que vão acabar se transformando em permanentes.

Autorregulação

Sofia Matos, sócia do escritório de advocacia português Antas da Cunha, falou da importância que as empresas se autorregularem mais do que esperarem as determinações do Estado. “O Brasil está muito mais apto a trabalhar com autorregulação e trabalhar com regras de compliance. Em Portugal, isso ainda está muito longe da mentalidade das nossas empresas e dos nossos grupos econômicos. Uma das principais preocupações envolve a proteção dos dados pessoais que passaram a circular na rede e nas casas das pessoas”. Outro ponto levantado por ela foi a discussão em torno do controle das horas trabalhadas que deverá mudar no regime de teletrabalho – sai a contagem de horas e entra a realização das tarefas.

Política de teletrabalho

Já Francisco Camargo, presidente do Conselho da ABES - Associação Brasileira das Empresas de Software, Fundador e CEO do Grupo CLM, falou sobre o desafio de se assegurar que os colaboradores estejam respeitando as regras internas. “Uma política de compliance é uma tentativa de trazer a ética para dentro das organizações. Com o home office, identificamos soluções que permitem monitorar a atividade do colaborador à distância, mas tivemos o cuidado de criar uma política de teletrabalho com as diretrizes e deixá-los cientes deste monitoramento”, observou.

Apoio da tecnologia

Na sequência, José Roberto Salvini, Diretor de Governança, Jurídico e Compliance do Banco BV, destacou que os bancos, por lidarem com recursos próprios e de terceiros, já desempenham suas atividades sob forte regulação, mas foi preciso contar com bastante empenho de todos. “Temos que contar com muita tecnologia, especialmente de segurança da informação. Ao mesmo tempo, temos a pressão por resultados dos negócios. A ética e a integridade dentro de uma corporação são aspectos importantes da cultural organizacional, independentemente do cenário político-econômico”.

Evitar judicialização

Já José Moscati, Market Unit Legal Director – Latin America da Accenture, contou que a empresa é uma grande companhia global com mais de 500 mil colaboradores, tendo que lidar com as leis de diferentes países. No Brasil, ele comentou que a questão das horas extras vai ser um dos desafios do teletrabalho para evitar que esse aspecto gere ações judiciais. “Precisamos fortalecer o comprometimento de todos os colaboradores com as regras de compliance”, ponderou.

Confiança e gestão de riscos

O painel contou com a participação de Mendel Diesendruck, Controls & Compliance Lead da Microsoft Brasil. Ele ressaltou que a compliance é parte da cultura de empresa. “Quase tudo depende também da confiança que se constrói com os colaboradores, parceiros e clientes”. Ele comentou que o processo de virtualização e home office torna necessária a gestão de riscos. “Já tínhamos uma cultura de home office na empresa, estabelecemos regras do que se pode ou não fazer com os dispositivos disponibilizados pela companhia. Ainda não sabemos quando vamos voltar, mas já estamos estudando as facilities e as mudanças necessárias no escritório. Vemos que as pessoas estão sentindo a falta do contato humano. Tem sido um aprendizado gigantesco”, observou.

Para assistir o conteúdo completo deste webinar, clique neste link https://www.youtube.com/watch?v=pPbRZWH9WkM