11/04/2017
Por Juan Carlos Tejedor é diretor comercial da HID Biometrics para a América Latina
Em anos recentes, a biometria vem se tornando cada vez mais sofisticada e, em contrapartida, sendo mais e mais incorporada à vida da população. Isso se deve, principalmente, ao fato de ser mais segura, bastante conveniente e fácil de usar – já que todos nós naturalmente já carregamos conosco a íris, a face, a palma da mão e as impressões digitais. Outra vantagem competitiva da biometria é a facilidade com que é combinada com um ou mais fatores de proteção – ainda que somente ela consiga garantir que o portador de determinado cartão, por exemplo, é realmente quem diz ser, dando prova de vida. Apesar de a biometria não constar do regulamento geral dos aeroportos, certamente ela contribui para que as definições sejam devidamente cumpridas, seja na segurança das operações, da manutenção, de emergências e, inclusive, na experiência do passageiro.
Basicamente, a tecnologia biométrica apresenta três fases: 1) captura de imagem; 2) comprovação de que se trata de uma pessoa viva; e 3) acesso aos dados individuais, com subsequente autenticação. Apesar do surgimento constante de novas tecnologias biométricas, como, por exemplo, a forma com que a boca se movimenta para falar, a maioria ainda apresenta falhas em determinadas circunstâncias. Até hoje, a biometria baseada na impressão digital é a tecnologia que tem alcançado níveis de segurança mais altos, além de possibilitar a formação de um cadastro geral, já que muitos documentos – como RG, carteira de habilitação (motorista), título de eleitor e passaporte – exigem o cadastro das digitais.
Quando se pensa numa tecnologia biométrica capaz de atender às necessidades de vários setores de um aeroporto, não só consideramos a impressão digital, como também pensamos imediatamente na tecnologia de imagem multiespectral (MSI), criada pela Lumidigm®. A razão disso é que os sensores MSI foram especialmente desenvolvidos para funcionar perfeitamente em várias circunstâncias – tanto em espaços abertos, como fechados – e em condições climáticas adversas, como chuva intensa e neve. Além disso, os sensores identificam rápida e facilmente não só a impressão digital da camada externa da pele como uma camada interna, irrigada pela corrente sanguínea. Trata-se de uma característica fundamental para coibir grande parte das tentativas de fraude. Afinal, não basta simplesmente carregar um cartão que comprove sua identidade. É preciso comprovar que você é quem está afirmando o ser, que você é de fato o dono daquele cartão.
A partir do momento em que um aeroporto investe nesse tipo de segurança, seu uso é o mais variado possível. Imagine um avião que somente é acionado mediante as chaves físicas, de metal, em combinação com a impressão digital do piloto. Certamente, isso acrescentaria uma dose extra de segurança em tempos difíceis como o que estamos vivenciando atualmente, mediante tantas ameaças terroristas. Mas a tecnologia biométrica também pode ser usada para várias outras coisas além de liberar a entrada em ambientes estratégicos. Ela pode, por exemplo, substituir os tíquetes de embarque, melhorar o controle de fronteiras e de imigração, facilitar o acesso a salas de espera e outras facilidades implícitas na passagem aérea, e até mesmo substituir o passaporte. Ou seja, a biometria vai mudar radicalmente a experiência dos passageiros.
Com esse nível de segurança que os sensores de impressão digital com tecnologia de imagem multiespectral oferecem, o controle das pessoas aumenta na medida em que deixa de ser um controle sobre cartões de plástico ou papel. Ninguém mais pode se passar por outra pessoa. Essa é a grande tendência para os próximos anos. Com o aumento do uso dessa tecnologia em várias instâncias da rotina dos indivíduos, incluindo a forma com que transitam entre aeroportos e países, o cruzamento de informações é cada vez mais eficiente e deve ser aplicado para garantir mais segurança e comodidade à população. A segurança, agora, está na ponta dos dedos de cada um de nós.