19/01/2017
É o primeiro parque tecnológico brasileiro a expandir seguindo
o modelo BOT (Build, Operate And Transfer)
O Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC) anunciou o consórcio vencedor da licitação aberta em novembro para construir o próximo edifício de 16mil m², ao lado do edifício Institucional já existente. A PHV Engenharia lidera o consórcio, em parceria com a CODEMIG Participações e a HET Construções e Participações. Com isso, o BH-TEC será o primeiro parque tecnológico do Brasil a realizar sua expansão seguindo o modelo BOT (Build, Operate And Transfer), amplamente utilizado em parques dos Estados Unidos. O investimento total é de aproximadamente R$ 60 milhões e a previsão é de que as obras estejam concluídas em até dois anos.
Conheça o Modelo
O modelo da licitação foi desenvolvido sob coordenação do Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). A estratégia adotada, considerando que o terreno pertence à UFMG, estabelece que o licitante vencedor fará o investimento imobiliário no modelo BOT. O prédio, uma vez construído, será propriedade da Universidade, mas o parceiro terá a concessão para operá-lo por 30 anos, contados a partir da obtenção do alvará de construção. Após esse período, a posse será transferida à Universidade, que manterá o Parque, mas auferindo integralmente a renda de aluguéis.
Ao todo, no Brasil, existem cerca de 80 Parques Tecnológicos em várias fases de desenvolvimento, dentre eles, 28 já em operação. Os Parques têm como objetivo comum o desenvolvimento econômico pautado na inovação, porém, cada instituição possui um modelo de atuação próprio.
Embora muito comum nos Estados Unidos e Reino Unido, o modelo de desenvolvimento de Parque Tecnológico com a participação da iniciativa privada nos empreendimentos imobiliários ainda não foi usado no Brasil. De acordo com o diretor-presidente do BH-TEC, Ronaldo Pena, o pioneirismo influenciou diretamente nos certames abertos anteriormente pelo BH-TEC.
“Publicamos ao longo de 3 anos um total de quatro licitações e em cada uma delas buscávamos sempre o aperfeiçoamento para adequação à realidade do mercado imobiliário. Nesse processo, tivemos um apoio muito significativo do BDMG, que coordenou todo o trabalho de modelagem da licitação”, afirma. Ainda de acordo com Pena, o sucesso dessa licitação abre as portas tanto para o setor imobiliário atuar em um novo mercado, quanto para os Parques do país resolverem suas questões imobiliárias, sem onerar os orçamentos públicos. “Este primeiro negócio em um Parque brasileiro vai descortinar para o setor imobiliário o grande potencial dos Parques Tecnológicos”, conclui.
Para o diretor-técnico da PHV Engenharia, Rogério Pinto, apesar de o mercado imobiliário não conhecer os ambientes de inovação, a PHV Engenharia interessou-se pelo projeto não só como uma oportunidade de negócio, mas também por entender a importância do movimento da ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento econômico. “Acreditamos que Belo Horizonte tem perfil empreendedor e que o BH-TEC será o vetor fundamental desse tipo de crescimento. Confiamos na proposta do Parque e, junto com a CODEMIG Participações e a HET Construções e Participações, temos a certeza de que será uma aposta vencedora”, afirma.
O presidente do BDMG, e novo Presidente do Conselho de Administração do BH-TEC, Prof. Marco Aurélio Crocco, enfatiza o apoio do Banco à expansão do Parque, desde o início, na coordenação da modelagem do projeto de licitação. Tudo isso em acordo com a característica inovadora do Banco e o apoio do Estado ao BH-TEC. “Agora com a expansão mudaremos a escala do Parque. Tendo condição de receber mais empresas, poderemos reformular a estratégia do Parque”, conclui.
Inaugurado em 2012, o BH-TEC atualmente abriga 17 empresas de base tecnológica, a Associação Nacional de Empresas de Biotecnologia (ANBIOTEC) e três centros de tecnologia da UFMG, CT Nanomateriais de Carbono, CT Web e CT Vacinas. Ao longo desses quatro anos de operação, as empresas do Parque já apresentam resultados consideráveis: lançaram 182 novos produtos ou serviços e 69 novos processos, faturaram mais de R$ 229 milhões, investiram mais de R$ 23 milhões em P&D e pagaram mais de R$ 37 milhões em impostos.