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Autoridades internacionais discutem normas técnicas de computação em nuvem

20/10/2014

Confira entrevista com Fernando Gebara, coordenador da comissão local  
 
 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) realizou, entre os dias 6 e 11 de outubro de 2014, um encontro com autoridades internacionais da área de computação em nuvem. A reunião plenária realizada na Microsoft Brasil, em São Paulo, reuniu os membros do subcomitê ISO/IEC JTC 1/SC 38 - Distributed application platforms and services (DAPS), responsável por definir e publicar normas técnicas internacionais de computação em nuvem, arquitetura orientada a serviços (SOA) e web services.
 
Compareceram mais 40 de representantes de países como Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, Irlanda, Israel, Japão, Reino Unido e Suécia. Foram discutidos vários projetos relacionados à computação em nuvem e definida a primeira versão do projeto sobre Acordos de Nível de Serviço em Computação em Nuvem, que será distribuída aos países membros do subcomitê (incluindo o Brasil) para análise e propostas de alteração e complementação. Desde a criação do subcomitê, esta foi a primeira vez que o encontro se realiza em um país da América do Sul.
 
Fernando Gebara Filho, coordenador da comissão local ABNT/CE-21:000.38, em entrevista ao Portal ABES, conta como foi o encontro, os principais pontos debatidos e a importância da participação do Brasil na normalização internacional da tecnologia da informação.   
 
  
Por que realizar uma plenária com foco em computação na nuvem?    
A computação em nuvem é uma das grandes mudanças tecnológicas que estamos presenciando hoje. Para consumidores, ela permite ter suas informações sempre disponíveis em qualquer tipo de dispositivo, a qualquer hora e em qualquer lugar do mundo desde que haja uma conexão Internet disponível. Para empresas, sua adoção é sinônimo de economia e otimização dos recursos de rede, com possibilidade de um aumento rápido de capacidade sem a necessidade de investimentos de hardware e alteração do ambiente computacional.                              
O subcomitê JTC 1/SC 38 é responsável por estabelecer normas internacionais de computação em nuvem e o Brasil é um membro votante deste comitê, através da comissão ABNT/CE-21:000.38, e tem enviado delegados às reuniões internacionais desde 2012.              
 
Como membro atuante deste subcomitê, o Brasil convidou seus membros para que uma das reuniões semestrais fosse aqui realizada e estamos honrados pelo aceite do convite e grande presença de delegados internacionais no Brasil.   O país se posiciona, mais uma vez, como um membro importante da comunidade internacional da normalização de tecnologia da informação.
 
Quais as atribuições do subcomitê?             
O subcomitê elabora normas internacionais que ajudam a estabilizar o mercado, tanto do lado dos provedores de tecnologia e serviços quanto do lado dos consumidores, que terão melhor possiblidade de entender o que de fato estão comprando e qual a expectativa da qualidade do serviço a ser oferecido.
            
Dois trabalhos deste subcomitê foram realizados em colaboração com a União Internacional de Telecomunicações, com participação expandida de países e contribuição de empresas de telecomunicação. Isso garante que os reguladores de mercado estarão trabalhando com um mercado mais estabilizado nas áreas de vocabulário comum e arquitetura de referência.
 
Quais são as principais metas do projeto?         
Determinar lacunas nas normas internacionais que regem a oferta de serviços de computação em nuvem, suprindo essas lacunas com conteúdo de consenso entre vários países, viabilizando a possibilidade de se continuar ofertando serviços globais, evitando assim diferenças regionais que possam confundir o mercado ou dificultar a exportação de serviços. Ao mesmo tempo, a possibilidade de qualquer país integrar o subcomitê e ter em seu grupo de especialistas aqueles que trabalham em empresas de pequeno e médio porte, garante a equalização de oportunidades entre todos aqueles com participação ativa.
 
Quais os pontos mais críticos do debate, com menos consenso entre os participantes?           
Não podemos dizer que haja qualquer ponto com menos consenso do que outros. Os novos projetos (Acordo de Nível de Serviços, Interoperabilidade e Portabilidade, Fluxo de Dados entre Dispositivos e Provedores de Serviço) foram aprovados unanimemente pelos países votantes do subcomitê e seu desenvolvimento segue o andamento normal de projetos do JTC 1. Algumas vezes o consenso demora mais a ser atingido, mas isso é parte do processo e garante normas muito melhores e mais adaptadas à realidade dos mercados.
 
Quais pontos gostaria de destacar do documento final e os avanços obtidos?
Estamos muito satisfeitos com a recente aprovação, tanto pela UIT quanto pelo JTC 1, dos projetos de Vocabulário e Arquitetura de Referência, pois formam a base comum de entendimento entre os stakeholders dessa área de normalização. Os trabalhos para os novos projetos seguem de vento em popa, com ótimas contribuições e grande expectativa quanto a seus resultados finais.    
Para que tenhamos uma participação mais efetiva do Brasil estamos encorajando a participação de especialistas brasileiros na comissão local.
 
O coordenador da comissão está disponível para contato no endereço fernando.gebara@lucianogebara.com.