02/04/2015
A Apple anunciou ResearchKit, uma estrutura de software de código aberto criada para a pesquisa médica e de saúde, que ajuda médicos e cientistas a coletarem dados de participantes com mais frequência e precisão usando apps do iPhone. Instituições de pesquisa mundiais já desenvolveram apps com o ResearchKit para estudos sobre asma, câncer de mama, doenças cardiovasculares, diabetes e mal de Parkinson. Os usuários decidem se querem participar de um estudo e como seus dados serão compartilhados.
“Os apps do iOS já ajudam milhões de pessoas a acompanhar e melhorar sua saúde. Com centenas de milhões de iPhones em uso no mundo todo, vimos uma oportunidade para a Apple ter um impacto ainda maior, ao possibilitar que as pessoas participem de pesquisas médicas e contribuam para elas”, afirmou Jeff Williams, vice-presidente de operações da Apple. “O ResearchKit permite que a comunidade científica tenha acesso a uma população global diversificada e a mais maneiras do que nunca de coletar dados”.
O ResearchKit transforma o iPhone em uma ferramenta de pesquisa médica. Quando o usuário dá permissão, os apps podem acessar dados no app Saúde, como peso, pressão arterial, níveis glicêmicos e de uso do inalador para asma, que são medidos por dispositivos e apps de terceiros. O HealthKit é uma estrutura de software que a Apple lançou com o iOS 8 para dar aos desenvolvedores a capacidade de desenvolver apps de saúde e boa forma que se comunicam. O ResearchKit pode também solicitar que um usuário dê acesso aos sensores do acelerômetro, microfone, giroscópio e GPS para receber informações sobre o modo de andar, deficiência motora, boa forma, fala e memória.
Com o ResearchKit também é mais fácil recrutar pacientes para estudos de grande escala, acessando uma ampla amostra populacional, e não apenas as pessoas na área de uma instituição. Os participantes do estudo podem concluir tarefas ou apresentar pesquisas direto do app, assim os pesquisadores perdem menos tempo com a documentação para se dedicar à análise dos dados. O ResearchKit também deixa os pesquisadores apresentarem um processo de consentimento informado interativo. Os usuários escolhem de quais estudos querem participar e os dados que querem fornecer em cada estudo.
“O acesso a dados de saúde mais diversificados fornecidos pelos pacientes nos ajudará a saber mais os efeitos dos tratamentos de câncer a longo prazo e dará um entendimento melhor da experiência dos pacientes com câncer de mama”, disse Patricia Ganz, professora da Escola de Saúde Pública Fielding da UCLA e diretora de pesquisa para prevenção e controle do câncer do Jonsson Comprehensive Cancer Center da UCLA.
“Em termos de pesquisa para melhorar o diagnóstico e a prevenção de doenças, os números são cruciais. Com a nova estrutura do ResearchKit da Apple, podemos ampliar a participação para além da nossa comunidade local e coletar um número muito maior de dados para nos ajudar a entender como a asma funciona”, afirmou Eric Schadt, PhD, professor de genômica da Faculdade de Medicina Icahn no Monte Sinai e diretor-fundador do Icahn Institute for Genomics and Multiscale Biology.
O ResearchKit será liberado como estrutura de código aberto em abril, dando aos pesquisadores a capacidade de contribuir com módulos de atividade específicos na estrutura, como teste de memória ou marcha, e compartilhar esses módulos com a comunidade de pesquisa global, para aumentar ainda mais o nosso conhecimento dessa doença. Para mais informações, acesse
www.apple.com/researchkit.
EXEMPLOS DE APPS CRIADOS COM O APPLE RESEARCHKIT
Desenvolvido pela Faculdade de Medicina Icahn no Monte Sinai e pela LifeMap Solutions, o
app Asthma Health foi criado para facilitar a educação e o monitoramento pessoal dos pacientes com asma, promover mudanças comportamentais positivas e reforçar a adesão aos planos de tratamento de acordo com as diretrizes atuais sobre asma. O estudo acompanha os padrões de sintomas em cada paciente e o que desencadeia o agravamento da doença, para que os pesquisadores aprendam novas maneiras de personalizar o tratamento da asma.
O
app Share the Journey, desenvolvido pelo Instituto de Câncer Dana-Farber, Penn Medicine, Sage Bionetworks e Jonsson Comprehensive Cancer Center da UCLA, é um estudo de pesquisa para entender por que alguns sobreviventes de câncer de mama se recuperam mais rápido que outros, por que os sintomas variam com o tempo e o que pode ser feito para melhorar os sintomas. Esse app usará dados de pesquisas e dos sensores do iPhone para coletar e acompanhar fadiga, mudanças de humor e cognitivas, distúrbios do sono e redução nos exercícios.
Desenvolvido pela Stanford Medicine, o
app MyHeart Counts mede a atividade e usa informações sobre fatores de risco e de estudos para ajudar os pesquisadores a avaliarem com mais precisão como a atividade e o estilo de vida de um participante estão relacionados à saúde cardiovascular. Ao estudar essas relações em grande escala, os pesquisadores conseguirão entender melhor como manter o coração mais saudável.
O Hospital Geral de Massachusetts desenvolveu o
app GlucoSuccess para entender como vários aspectos da vida de uma pessoa — dieta, atividade física e medicamentos — afetam os níveis de glicose no sangue. O app também pode ajudar os participantes a identificarem como as escolhas de alimentos e atividade têm relação com melhores níveis de glicemia, possibilitando ver claramente as correlações e adotar uma postura proativa visando o próprio bem-estar.
Desenvolvido pela Sage Bionetworks e pela Universidade de Rochester, o
app Parkinson mPower ajuda o portador de mal de Parkinson a acompanhar seus sintomas usando os sensores do iPhone para registrar atividades, que incluem jogo da memória, teste de destreza manual, falar e andar. Os dados de atividade e pesquisa do telefone são combinados com dados de muitos outros participantes para alimentar a pesquisa do mal de Parkinson em uma escala nunca antes possível, fazendo com que esse seja o maior e mais abrangente estudo dessa doença em todo o mundo.