05/08/2019
Uma em cada 68 crianças da população mundial é diagnosticada com algum tipo de Transtorno do Espectro Autista (TEA). No Brasil, estima-se que dois milhões de habitantes tenham autismo. Apesar de numerosos, os autistas ainda sofrem para encontrar tratamentos adequados e para serem inseridos na sociedade, uma vez que a alteração no desenvolvimento do sistema nervoso limita a capacidade de se comunicar e realizar atividades diárias.
Convivendo com esta realidade, Daniela Sniadower e Gerardo Wisosky, pais de uma criança com TEA, fundaram a Apdif: Aprendizagem Diferente. O projeto cria aplicativos para aumentar a autoestima e a independência, principalmente dos autistas, mas também pode ser utilizado por todas as pessoas com alguma dificuldade para se comunicar, executar, organizar, aprender, entre outras.
“As necessidades das pessoas com deficiência intelectual não são levadas em conta na sociedade e isso leva a um maior isolamento. A falta de ferramentas inclusivas nos motivou a desenvolver esse projeto. A tecnologia agora nos permitiu multiplicar e expandir nosso conhecimento com estratégias aprendidas nos últimos anos e, assim, atingir mais pessoas causando um impacto sobre essa população, suas famílias e seu meio ambiente", explica Daniela Sniadower, CEO e cofundadora da Apdif.
A Apdif desenvolveu quatro aplicativos com GeneXus, plataforma low-code que facilita a criação de aplicativos nativos e web responsivos para dispositivos móveis, baseada em Inteligência Artificial. Eles estão disponíveis gratuitamente nas lojas do Google e Apple nas versões em português, espanhol e inglês. E são utilizados em mais de 10 países, tanto em nível familiar, quanto institucional.
Dentre os aplicativos desenvolvidos pela Apdif por meio da plataforma da GeneXus, o mais conhecido é o “ChatTEA”, que facilita a comunicação do autista com a família e amigos por meio da possibilidade de responder mensagens com imagens de múltipla escolha. Por exemplo, para uma pergunta "tudo bem?", a pessoa com autismo tem três opções de resposta: um rosto feliz, um neutro e um triste.
Outras ferramentas são “Interagir”, que por sua vez, permite programar situações hipotéticas para ajudar o autista a praticar diálogos e, assim, reduzir a ansiedade da interação social. Já o “Eu Carrego Tudo”, tem como função contribuir para a autonomia das pessoas quando organizam suas diferentes mochilas. Por fim, o “Agora Leio”, que permite criar suas próprias histórias com imagens, texto e voz, impulsionando, desta forma, atividades como a leitura e a escrita.
“Queremos contribuir para a inclusão e isso envolve adaptar conteúdos e desenvolver atividades que consideram as características especificas de um grupo de pessoas, tornando ambientes mais acessíveis, inclusivos e de apoio. Por meio destes aplicativos, muitas pessoas estão conseguindo se comunicar, pela primeira vez, com seus familiares”, finaliza o country manager da GeneXus Brasil, Ricardo Recchi.