No ecossistema brasileiro de empreendedorismo e inovação, as aceleradoras, empresas ou instituições que oferecem apoio de infraestrutura, mentoria e investimentos, para o desenvolvimento de startups, ganham relevância a cada ano.
Para falar sobre as perspectivas deste ambiente de negócios, o Portal da ABES entrevistou André Ghignatti, sócio-fundador da WOW, uma das primeiras aceleradoras de startups do sul do Brasil. O executivo destaca que um aspecto que amadureceu bastante no ecossistema brasileiro foi a participação do investidor pessoa física, “que busca no ecossistema, para além do ganho financeiro, aprender e ensinar, num processo de bidirecional entre empreendedor e mentor”. Confira a nossa conversa com Ghignatti:
Em sua avaliação, o perfil dos empreendedores das startups brasileiras mudou nos últimos anos?
O ecossistema como um todo ficou mais maduro. Não é diferente com os empreendedores, que no geral já perderam um pouco da ingenuidade de achar que empreender é um mar de rosas. Isto é positivo.
Quais os pontos positivos e negativos do ecossistema de startups no Brasil?
Como positivo, por parte do empreendedor, a resiliência e a habilidade de fazer muito com pouco. O acesso a um mercado nacional de 200 milhões de pessoas também é uma vantagem. Como negativo, ainda temos que enfrentar o capital financeiro escasso, as leis trabalhistas, a burocracia e a falta de cultura empreendedora nas universidades.
Quais são as perspectivas para o ecossistema de startups em 2017?
O ecossistema deve seguir amadurecendo. Corporações estão, cada vez mais, se aproximando e apostando em startups. A América Latina como um todo está despertando mais interesse dos fundos de venture capital globais. Recomendo a leitura do artigo:
Why have some of Silicon Valley’s top investors started investing in Latin America?
Quais outros pontos mudaram neste universo empreendedor?
Um outro aspecto que amadureceu bastante foi o investidor pessoa física, que busca no ecossistema, para além do ganho financeiro, aprender e ensinar, num processo de bidirecional entre empreendedor e mentor. Hoje, por exemplo, a Wow conta com 100 investidores e tem uma pequena fila de espera de interessados em participar do projeto. Estes investidores são profissionais com conhecimento técnico e de negócio em diversas áreas e mercados, que se convertem em excepcional apoio para os empreendedores.