03/09/2019
A produtividade das empresas catarinenses do setor de tecnologia é a maior dentre os seis principais polos de tecnologia e inovação do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina). O Estado registra faturamento médio de R$ 100 mil por trabalhador, quando a média nacional não supera os R$ 72 mil. Não é somente em produtividade que Santa Catarina se destaca: com R$ 15,8 bilhões em faturamento total, do qual as empresas associadas à ACATE correspondem a 64%, o setor de tecnologia já representa 5,8% da economia de Santa Catarina. São mais de 15 mil empreendedores e aproximadamente 51,8 mil colaboradores.
Os dados são do Tech Report 2019, estudo realizado pelo Observatório da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e pela Neoway e lançado no dia 15 de agosto, durante a segunda edição do Startup Summit, em Florianópolis. O estudo completo está disponível em http://observatorio.acate.com.br.
Para Daniel Leipnitz, presidente da ACATE, esta edição do estudo traz dados preciosos para o entendimento da evolução do ecossistema de tecnologia e inovação de Santa Catarina. “Nós já somos o 4º maior polo em número de colaboradores no setor de TI, e o 6º em faturamento, número de empreendedores e número de empresas. Temos o maior índice de produtividade por trabalhador do Brasil, e a segunda maior densidade de startups do país, com 4,9 empresas para cada mil habitantes. A força do nosso ecossistema já é conhecida, agora o que queremos é realizar intercâmbios entre as diversas comunidades de inovação e tecnologia existentes no Brasil e no mundo, trocando experiências, gerando aprendizados e ampliando nossa capacidade de fomentar cada vez mais o desenvolvimento de empresas e empreendedores”, afirma Daniel.
No Brasil, o setor de tecnologia desempenha um faturamento de R$ 301,7 bilhões, o que corresponde a 4,4% do PIB nacional. “No ranking, entre os seis maiores polos de tecnologia do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina), nosso estado é líder, com R$ 1,4 milhões de faturamento médio, que corresponde aos R$ 15,8 totais de faturamento divididos pelo número total de empresas ativas que temos, que está em 11,2 mil”, destaca Daniel. Destas, mais de 4 mil surgiram nos últimos quatro anos, mostrando que o ambiente está cada vez mais favorável para o empreendedorismo. Entre as cidades de Santa Catarina, destacam-se os polos de Florianópolis (2.438), Joinville (1.473) e Blumenau (1.218), que concentram 5.129 empresas do setor de tecnologia catarinense (45%).
Separando os resultados por regiões, foram destaques no estudo a Grande Florianópolis, com aumento de R$ 100 milhões em seu faturamento e de 10 mil colaboradores de 2017 para 2018, a região Norte, que teve aumento de R$ 200 milhões em seu faturamento, e as regiões do Vale do Itajaí, que manteve sua arrecadação alta com o setor de tecnologia, de R$ 3,4 bilhões, e do Oeste, que manteve em R$ 1,2 bilhões.
Os diferenciais das associadas
No evento de lançamento do Tech Report 2019, Daniel destacou a importância do papel da ACATE em seus mais de 30 anos de atuação no ecossistema de tecnologia e inovação de Santa Catarina. “A associação reúne empresas de tecnologia de diversos portes, segmentos de atuação e regiões e promove eventos e capacitações que favorecem muito o desenvolvimento de cada uma delas”, explica. De acordo com dados do Tech Report 2019, a produtividade das empresas catarinenses de tecnologia associadas à ACATE supera a média das demais empresas de tecnologia do Estado como um todo, ultrapassando R$ 153 mil.
No ranking dos dez municípios com maior produtividade, Florianópolis ocupa o primeiro lugar, com R$ 113,9 mil de faturamento, Blumenau o segundo, com R$ 106,4 mil, e Joinville fica em terceiro, com R$ 95 mil. São Paulo fica em décimo lugar, com R$ 76 mil. “Já quando falamos em mesorregiões do Estado, a região Sul é a que mais se destaca, com R$ 225 mil vindos das empresas associadas, em comparação a R$ 85 mil das não associadas, e a região da Serra, que fatura R$ 94 mil para cada colaborador, enquanto as não associadas não chegam a R$ 40 mil”, finaliza Daniel.
Parceria com a Neoway
A metodologia para elaboração do relatório envolve a análise de informações trazidas pela plataforma de Big Data Analytics e Inteligência Artificial da Neoway. A ferramenta disponibiliza um recorte das empresas catarinenses considerando a situação cadastral ativa, faturamento presumido*, ano de abertura, localização, informações sobre sócios e funcionários. Os dados levantados são da Receita Federal, Juntas Comerciais e Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Além disso, os produtores técnicos utilizaram o INEP, UNESCO e CAGED como fontes complementares.
“A Neoway monitora, compila e organiza informações de 17 segmentos diferentes utilizando para isso mais de 3000 bancos de dados, públicos e de parcerias. O mercado de tecnologia é um dos que mais crescem nacionalmente. A expectativa é que isso se perdure para os próximos anos. É muito interessante observar a consolidação de novos centros de referência tecnológica e perceber que Santa Catarina está sendo protagonista nesse cenário extremamente promissor”, comenta Carlos Eduardo Monguilhott, COO da Neoway.
*Variável proprietária da Neoway.
Setor tecnológico de Santa Catarina 2018
|
Faturamento
total (6º) |
Empresas
(6º) |
Colaboradores
(4º) |
Empreendedores
(6º) |
Santa Catarina |
R$ 15,8 bilhões |
11,2 mil |
51,8 mil |
15,7 mil |
Grande Florianópolis |
R$ 6,7 bilhões |
3,6 mil |
26,5 mil |
5,2 mil |
Vale do Itajaí |
R$ 3,4 bilhões |
3 mil |
9,5 mil |
4,1 mil |
Norte |
R$ 3,2 bilhões |
2,2 mil |
9,2 mil |
3,3 mil |
Oeste |
R$ 1,2 bilhão |
1,1 mil |
3,1 mil |
1,6 mil |
Sul |
R$ 836 milhões |
885 |
2,7 mil |
1,1 mil |
Serra |
R$ 414 milhões |
280 |
582 |
337 |
*Dados do Observatório ACATE — Tech Report 2019