A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com o Instituto da Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações (iAptel), apresentou no dia 11 de junho, durante o Workshop de Redes Elétricas Inteligentes, o resultado do mapeamento de Fornecedores Nacionais de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) para Redes Elétricas Inteligentes (REI).
O estudo é inédito no país, tem 2 mil páginas e traz informações detalhadas sobre empresas, pesquisas e investimentos no setor, além de apontar os principais gargalos e ações que podem ajudar a desenvolver a indústria nacional ligada ao segmento.
Segundo o estudo, participam deste setor no país mais de 300 fornecedoras nacionais de tecnologia da informação e comunicação para redes elétricas inteligentes, 126 centros de pesquisa de desenvolvimento e inovação do segmento e 60 concessionárias, com investimentos que, atualmente, superam R$ 1 bilhão na área. A estimativa é de que esse valor chegue a R$ 3 bilhões no biênio 2013/2014.
As áreas tecnológicas incorporadas pelas smart grids (redes inteligentes) são: gestão de consumo, edifícios inteligentes, tecnologia de informação, telecomunicações, inserção de veículos elétricos, armazenamento de energia, medição inteligente, automação da distribuição e geração distribuída.
Legislação brasileira e investimentos
De acordo com a legislação brasileira, as concessionárias precisam investir até 0,5% de sua receita para desenvolver as ações ligadas à pesquisa e ao desenvolvimento do setor, que, aliadas ao investimento do Inova Energia, Regime Especial para Banda Larga – RPNBL Redes – Smart Grid do Plano Brasil Maior, Desonerações Fiscais em Telecomunicações, entre outras iniciativas, ajudam a promover o desenvolvimento das Redes Elétricas Inteligentes. Além de otimizar o consumo, a REI melhora a qualidade de distribuição energética, permite a inclusão da mini e da micro geração distribuída, melhora os índices de eficiência energética e promove um controle energético mais efetivo para o país.
Já existem exemplos positivos, como os projetos demonstração desenvolvidos em Búzios (RJ), Barueri (SP), Sete Lagoas (MG), Aparecida (SP), Rio de Janeiro (RJ), Fernando de Noronha (PE), entre outros. As ações vão desde a instalação de medidores e transformadores com tecnologia inteligente até painéis solares integrados à rede elétrica. Em alguns casos, o consumidor deixa de apenas comprar e passa a produzir energia, podendo devolver o excedente e ter crédito com as concessionárias. O uso de recursos modernos de tecnologias de informação e comunicação associadas à rede de energia permite ao consumidor ter o controle efetivo do que é consumido e gerado.
O mapeamento é uma das atividades previstas no “Programa Brasileiro para Desenvolvimento da Indústria Fornecedora para Redes Elétricas Inteligentes”, proposto pela ABDI no ano passado. Sabe-se que o Brasil tem um mercado potencial de mais de 120 milhões de medidores eletrônicos inteligentes residenciais de energia. O aproveitamento dessa demanda pode gerar oportunidades de desenvolvimento da indústria brasileira, especialmente no caso de medidores inteligentes, sensores e iluminação pública, que envolvem escalas suficientes para viabilizar plantas com competitividade internacional.