Uma pesquisa da consultoria KPMG revela que 88% das empresas consideram a colaboração com startups essencial para a sua própria estratégia de inovação. Do outro lado 54% destas empresas inovadoras acreditam que a colaboração com uma grande corporação é essencial para o sucesso do negócio. A indústria que já teve participação no PIB de 21,6% despencou 10 pontos em 30 anos, atingindo 11,4% em 2015. “É fato que parte importante da nossa indústria está pelo menos 15 anos atrasada em relação aos países de primeiro mundo. Falta investimento em tecnologia, inovação e processos eficientes”, explica Guto Ferreira, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Na outra ponta da economia estão as startups, empresas em geral pequenas, com jovens no comando e soluções inovadores. “A maior empresa de transporte do mundo (UBER) não tem um único veículo próprio, mas possui milhares de motoristas no mundo todo e vale mais do que os principais bancos brasileiros. Isso chama-se inovação e é disso que a nossa indústria precisa”, ressalta Ferreira. Apesar do sucesso de algumas empresas, um estudo produzido pela aceleradora Startup Farm aponta que 74% dessas empresas inovadoras brasileiras fecham após 5 anos. “Isso ocorre por diversos motivos, entre eles estão: a falta de planejamento, dificuldades de financiamento e, principalmente, não ter o comprador ou usuário daquela solução ou produto. Não adianta criar algo em tese incrível mas que não resolva o problema de alguém. É exatamente neste papel de conexão que a ABDI irá atuar”, revela.
Após 7 meses de construção, com mais de 800 players colaborando para a formulação do projeto, a ABDI acaba de lançar a pré-inscrição para o inédito Programa Conexão Startup Indústria. Poderá se inscrever qualquer empresa ou indústria. Serão escolhidas até 10 indústrias de todo o país e para cada uma destas 5 startups trabalharão para alinhar as demandas e expectativas daquela empresa. O prazo vai até o dia 12 de maio e o edital está disponível
no site
No total serão até 50 empresas inovadoras que receberão o aporte de R$ 200 mil cada. Após este primeiro processo serão escolhidas 10. A indústria irá negociar diretamente com aquela empresa o modelo de negócio, contrato e valores. Nesta segunda fase a startup receberá um novo aporte de até R$ 800 mil da ABDI e parceiros, além da continuidade de todo o suporte de aceleradoras, instituições financeiras e demais entidades de fomento.
No total o programa destinará R$ 50 milhões em 3 anos. Para o CEO da General Eletric (GE) no Brasil, Gilberto Peralta, o papel de startup é fundamental no processo de inovação de uma empresa. “Nenhuma empresa que queira estar no Leading Edge de inovação, de futuro e desenvolvimento, pode prescindir de trabalhar com essas empresas inovadoras. Esse pessoal tem ideias novas e o resultado dessa união é extremamente positivo, não apenas para a GE, mas para todas as empresas”, ressalta. A gerente de inovação da agência, Elisa Carlos, explica a importância do projeto para o futuro do setor. “Empresas como a NET (telecomunicações) já anunciaram parceria com startups para a troca de seus mais de 8 milhões de modens, tornando-os 100% nacionais. Este é o movimento do momento. Queremos potencializá-lo ao máximo. Fazer com que a base de boas startups cresça e tenham apoio”, finaliza.