14/01/2016
O conceito da vez fala de quebra de paradigmas graças à tecnologia
Disrupção significa rompimento. “No caso da disrupção tecnológica, trata-se de um rompimento de paradigmas, graças a novas tecnologias que tomam conta da vida das pessoas, proporcionando mudançasprofundas em nossa sociedade, para sempre”, explica Edmardo Galli, diretor geral da IgnitionOne, empresa de tecnologia programática. A era atual é um momento em que as novidades surgem rápido, ganham escala rápido, barateiam rápido e dominam o mundo em um piscar de olhos. “Hoje, vivemos em constante disrupção. Imaginamos uma ideia ‘impossível’, e quando vemos, estamos usando em nosso dia-a-dia aquela ‘ideia impossível’”, diz Galli.
A disrupção tecnológica segue esses passos mencionados acima. Primeiro, a criação vive no campo das remotas possibilidades. Ao ganhar escala e se tornar acessível financeiramente, ela toma conta em pouco tempo. “E não estamos falando em ficção científica, estamos falando de disrupções reais que já vivemos em nosso dia a dia”, afirma Edmardo.
O diretor explica que esse processo pode ser dividido em 6 partes, de acordo com Peter Diamandis, fundador da Singularity University, universidade no Vale do Silício, financiada por Google, Cisco, 3D Systems e diversas outras gigantes do ramo. “Diamandis nos explica que a disrupção é parte de uma cadeia de eventos ainda maior, que ele chama de “pensamento exponencial”. Esse tipo de pensamento segue, ao invés de uma evolução linear de 1, 2, 3, 4, 5, 6; uma escala exponencial: 1, 2, 4, 8, 16, 32. Dessa maneira, o crescimento é infinitamente maior e mais expansivo”, explica Galli.
Para isso acontecer, os 6 passos são:
1) Digitalização
Tudo o que é digitalizado, entra automaticamente no processo de crescimento exponencial, pois assim a informação pode ser replicada automaticamente, sem custo algum, quase infinitamente.
2) Decepção
No início do seu crescimento exponencial, a evolução é quase imperceptível, podendo enganar facilmente quem olha de fora. Numericamente, essa evolução seria de 0,01%, 0,02%, 0,04%, 0,08%, 0,16%. Mas quando essa fase acaba, entramos no período de…
3) Disrupção
É nesse momento em que o mundo muda e se torna excitante! É numa rápida virada de jogo em que tudo o que era deceptivo tem uma explosão de crescimento.
4) Desmaterialização
O próximo passo é diminuir espaço, literalmente. Há alguns anos atrás, por exemplo, nós precisaríamos de uma sala cheia de aparelhos diferentes para termos o que hoje existedentro de um smartphone – telefone, GPS, rádio, câmera de vídeo, câmera fotográfica, gravador, mp3 player, VHS player, etc.
5) Desmonetização
Serviços, produtos e até intangíveis se tornam desmonetizados por novas tecnologias. Se a Amazon desmonetiza livrarias e aNetflix desmonetiza locadoras e até cinemas, o Skype desmonetiza não só companhias telefônicas, mas a própria distância.
6) Democratização
Com algo digitalizado, que não ocupa espaço e resolve situações e complicações que antes demandariam tempo e dinheiro, o acesso àquilo fica muito mais... democrático. “Vivemos em um mundo hiper conectado, onde qualquer informação é compartilhada instantaneamente. Hoje, qualquer pessoa tem a possibilidade de ter uma ideia, desenvolver essa ideia com custo mínimo (criar um aplicativo, por exemplo), e deflagrar um movimento disruptivo no mundo em questão de meses”, afirma Galli. “As possibilidades e oportunidades nunca foram tão democráticas na história da humanidade.”
Para exemplificar, Edmardo listou quatro casos de disrupções tecnológicas que já foram um dia um sonho, mas que já tomaram conta da vida de todo mundo:
1) Smartphone
Quando a internet surgiu 20 anos atrás, alguns já imaginavam que um dia, ela seria super rápida e estaria na palma de nossas mãos - ao toque de um dedo. “Os disruptores nos deram o smartphone que, junto com a internet móvel, mudaram a vida de pessoas ao redor de todo o mundo”, diz Galli. Mudou a velocidade com que problemas são solucionados no dia a dia; mudou a configuração do trabalho como um todo (não é mais necessário estar presente no escritório o tempo todo); mudou a forma como as pessoas se relacionam; mudou a velocidade do acesso à informação; mudou a forma como a imprensa informa seus leitores; mudou a propaganda; mudou as necessidades prioritárias das famílias.
2) Instagram
Enquanto a Kodak declarava falência, o (recém-criado) Instagram era vendido por bilhões de dólares. A digitalização das imagens, a possibilidade de elas estarem na palma de nossas mãos e com um clique serem compartilhadas, tornou o Instagram uma ferramenta altamente disruptiva. “O Instagram transformou o comportamento dos usuários de smartphones, tornando todos fotógrafos apaixonados por registrarem cada momento de suas vidas”.
3) Impressora 3D
Estilistas já fazem coleções inteiras de roupas e acessórios com a impressora 3D. Grandes soluções como a possibilidade de gestantes cegas “sentirem” seus fetos durante ultrassons também aconteceram graças a essa maravilhosa ferramenta. “Em breve, ela será ainda mais acessível e responsável por substituir tudo o que pudermos imaginar”, afirma Edmardo.
4) Programático
A internet conhece todas as pessoas muito bem. “Ela sabe do que eu gosto, do que você gosta, o que eu comprei ontem para onde fui viajar – e sabe se fui sozinho ou com a minha família”, conta Galli. Para ela, não há segredo. E o programático surgiu como ferramenta de organização dessas milhares de informações em prol de marcas e anunciantes, que querem encontrar e impactar seus clientes de forma inteligente e muito bem “pensada”. “O programático é o novo estágio da propaganda, o futuro da conexão entre consumidores e marcas. Mudando a forma como se faz publicidade, mudando a forma de criar conteúdo”, comemora Galli.