10/08/2015
O número de empresas inadimplentes vem crescendo no Brasil e, quando uma organização enfrenta dificuldades financeiras devido atrasos no pagamento de seus compromissos, o caminho certo para a solução dessa situação consiste em aplicar e realizar um plano para o pagamento das dívidas. Qual o caminho a seguir?
Reinaldo Domingos, educador e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira, Abefin – Associação Brasileira de Educadores Financeiros, Editora DSOP, autor das obras Terapia Financeira, Papo Empreendedor e Sabedoria Financeira, apresenta os 6 principais passos para elaboração de um plano para o pagamento das dívidas e para colocar a saúde financeira da empresa em ordem:
1) Primeiramente, se deve descobrir como e quando as dívidas foram geradas. Além disso, essas precisam ser amortizadas para que não sejam cobradas judicialmente pelos credores, prejudicando a imagem da empresa no mercado;
2) É importante frisar que cada tipo de dívida é garantida por um contrato e protegida por alguma lei, estabelecendo os efeitos do não pagamento do compromisso;
3) Verificar se o negócio está dando lucro, desenvolvendo um amplo diagnóstico financeiro da empresa;
4) Realizar um levantamento correto do valor de todas as dívidas vencidas e vincendas (a vencer), identificando detalhes como credor, data do vencimento, valor, multas, juros, etc.;
5) Verificar a capacidade de pagamento da empresa, ou seja, se os lucros futuros serão suficientes para suportar a amortização do valor das dívidas. Caso contrário, adotar, se possível, os procedimentos para a redução de custos improdutivos e desperdícios, bem como aumentar o faturamento;
6) Estabelecer as prioridades para pagamento dos credores, seguindo a ordem proposta a seguir e considerando o valor de cada dívida e seu custo e risco do não pagamento. Ordenação do pagamento das dívidas:
a) Dívida de menor valor, alto risco e/ou alto custo financeiro;
b) Dívida de maior valor, alto risco e/ou alto custo financeiro;
c) Dívida de menor valor, baixo risco e/ou baixo custo financeiro;
d) Dívida de maior valor, baixo risco e/ou baixo custo financeiro.
“Reforço que é sempre importante avaliar o não pagamento de cada dívida em baixo e alto risco, calculando o percentual do custo mensal, dividindo os juros mais encargos pelo valor total da respectiva dívida”, explica Domingos.
Além disso, é de fundamental importância que o empreendedor efetue um controle frequente da execução do cronograma previsto neste passo, para avaliar os resultados e tomar as medidas corretivas, caso ocorram desvios em relação ao planejado.
Em todo esse processo, é conveniente que o empreendedor conte ainda com o suporte de um consultor ou educador financeiro e até mesmo uma orientação jurídica. Além disso, também é recomendada a realização de cursos sobre controle financeiro, a fim de conquistar conhecimento para enfrentar qualquer imprevisto na gestão da empresa.